As enquetes políticas
J. J. Duran
As eleições de outubro vindouro são consideradas cruciais para o reordenamento dos destinos do Brasil. O resultado das urnas poderá significar o começo de um novo e honesto jeito de administrar as contas públicas ou a volta ao tempo dos gastos descontrolados.
Dentre os 12 candidatos presidenciais, nenhum conta com respaldo eleitoral suficiente para ganhar no primeiro turno, fruto da desconfiança generalizada nos políticos e do vazio propositivo existente em cada um, o que mantém uma parcela expressiva do eleitorado ainda sem saber em quem votar.
O candidato de direita Jair Bolsonaro tem liderado todas as pesquisas de opinião, mas com intenções de voto insuficientes para liquidar a fatura em 7 de outubro e um índice de rejeição dos mais elevados. Penalizado por um espaço desigual no horário eleitoral gratuito, enfrenta dificuldades para desmistificar a imagem negativa construída por seus adversários.
Apesar disso, é visto por muitos como opção mais segura para derrotar o candidato da esquerda Fernando Haddad, contra quem pesa o histórico petista recente que deixou nefasta herança aos brasileiros, sobretudo àqueles cerca de 13 milhões que amargam o desemprego segundo as estatísticas oficiais.
Já os candidatos de centro não conseguem empolgar o eleitorado, por mais que se esforcem, aumentando a interrogação existente na mente dos que sonham que este pleito possa ser um divisor de águas a recolocar o País no caminho da estabilidade política e econômica.
Paralelo a isso, o atentado perpetrado por Adelio Bispo de Oliveira colocou na ribalta da informação o gravíssimo quadro de irracionalidade que se apoderou do País. Por conta disso tudo, ainda é muito arriscado opinar sobre o resultado que brotará das urnas.
Já no âmbito do Poder Legislativo, a presença de inúmeros candidatos que figuram na lista negra da Lava Jato e outras operações moralizadoras da coisa pública sinaliza que a tão esperada e necessária renovação política segue sendo uma grande utopia.
Isso permite prever que o futuro presidente, independente de quem seja, terá sérias dificuldades para governar porque será refém de um Congresso Nacional predominantemente sem compromisso com os verdadeiros interesses da Nação.
Este é o retrato do Brasil a três semanas das eleições.
J. J. Duran é jornalista e membro da Academia Cascavelense de Letras