Lar projeta faturar R$ 300 milhões a mais com abatedouro em Cascavel
Noticiada em primeira mão pelo Alerta Paraná, a aquisição do Frigorífico Chapecó, em Cascavel, pelo valor de R$ 215 milhões, é mais um passo na estratégia de expansão da Cooperativa Lar, de Medianeira. Entre as 50 maiores empresas do agronegócio brasileiro, segundo levantamento da Forbes, a Lar faturou R$ 5,06 bilhões em 2017, alta de 4,8% ante o registrado em 2016.
Com o novo investimento, a cooperativa espera obter um faturamento adicional de R$ 300 milhões, segundo reportagem de Anderson Oliveira para a revista Avicultura Industrial. Segundo o presidente da cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues, a compra do frigorífico - há muitos anos arrendado ao grupo Globoaves - estava dentro do planejamento estratégico da Lar e atende aos anseios dos cooperados, que querem criar e vender mais frango.
O contrato envolve a aquisição da planta, pertencente à massa falida do Grupo Chapecó, bem como dos equipamentos pertencentes à família Kaefer, proprietária da Globoaves. A compra está condicionada a financiamento por meio do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), aponta Rodrigues. Segundo ele, a Lar pretendia expandir sua produção avícola e a compra do frigorífico era a solução mais adequada. "Entre fazer uma terceira linha de abate [no frigorífico] em Matelândia e adquirir o frigorífico de Cascavel, o mais interessante seria ter duas plantas", afirmou.
O Frigorífico Chapecó já vinha sendo utilizado pela Lar desde janeiro de 2017, quando os abates de três dias e meio por semana eram feitos para a cooperativa de Medianeira. Ao longo desse período, foram investimentos em torno de R$ 12 milhões para ampliar a produção. Com isso, a planta passou de 140 mil para 170 mil frangos abatidos por dia.
O presidente da Lar ressalta que a planta de Cascavel deverá abater mais de um milhão de frangos por semana. "Passamos a ter três linhas de abate com 170 mil abates cada um, totalizando por dia 510 mil aves ao dia e três milhões por semana", detalha Irineo.
Antes de ser assumida pela Lar, a planta tinha 1.600. Segundo o presidente da cooperativa, esse número foi ampliado para 2.300 após os investimentos da Lar e até o fim deste ano a previsão é chegar a 3 mil. Isso deve ocorrer durante o processo de transição, que o diretor-presidente estima que ocorra no máximo até janeiro, quando todos os colaboradores da unidade passarão a integrar os quadros da Lar.
A expansão prevê ainda a busca por novos aviários em municípios próximos a Cascavel. De acordo com Irineo, cerca de 200 novos integrados devem começar a fazer parte da Lar. "Vamos absorver aviários que já estavam em Cascavel, Corbélia e outros municípios também, como Toledo e Santa Tereza", disse.
Para atender à demanda necessária de mais aves para o frigorífico, o diretor-presidente da Lar comenta que estão sendo feitos novos investimentos. É o caso da ampliação da fábrica de ração em Santa Helena, que também já estava no planejamento estratégico da cooperativa. Além disso, ocorre o aumento da produção de pintainhos.
ESCOAMENTO
Uma das principais justificativas para a compra do frigorífico em Cascavel, de acordo com o diretor-presidente da Lar, Irineo da Costa Rodrigues, é a importância de se ter duas plantas produtivas para atender as necessidades do mercado. Segundo ele, em casos excepcionais como um embargo a uma determinada planta ou problemas logísticos ou comuns, como a falta de energia elétrica, existe sempre a possibilidade de atender à demanda tendo duas unidades de produção.
Irineo cita ainda a localização privilegiada da nova planta. Próxima da Ferroeste, ela facilita o escoamento da produção para o Porto de Paranaguá em contêineres. "A planta é estratégica, porque todo mercado está no sentido de ir a Cascavel e, de lá, para o porto ou o consumidor. Está no nosso caminho, não temos que abater e voltar no sentido contrário", ressaltou.
A planta, afirma Irineo, está habilitada para atender diferentes países. "Nós vamos priorizar mais o mercado externo, porque essa planta pode atender os mercados da Ásia, o europeu, que é importante, e ainda o Oriente Médio, a África, o México", disse. (Foto: Arquivo)