Dinheiro público banca 64,8% dos gastos dos presidenciáveis
Os 13 candidatos à Presidência da República declararam ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já ter arrecadado R$ 143 milhões em recursos para suas campanhas. Desse montante, R$ 92,7 milhões são recursos públicos do Fundo Especial de Financiamento da Campanha, o que representa 64,8% do total. O único que ainda não tem gasto declarado é o Cabo Daciolo.
Os candidatos têm prazo de 72 horas para informar à Justiça Eleitoral as doações recebidas para financiamento da campanha. Nesta quinta-feira (13), partidos e candidatos devem fazer a prestação de contas parcial da movimentação financeira ocorrida do início da campanha até o último sábado (8). Segundo o TSE, a ausência de informações sobre doação financeira recebida ou gasto contratado será examinada no julgamento da prestação de contas de cada candidato.
Geraldo Alckmin foi o presidenciável que informou maior arrecadação ao TSE até este momento: R$ 46,3 milhões, 97,9% do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. O candidato declarou despesas de R$ 9,4 milhões, boa parte com impressão de material (R$ 7,2 milhões) e transporte (R$ 1,3 milhão).
Henrique Meirelles (MDB) faz questão de dizer que está financiando pessoalmente a sua campanha e declarou ter destinado R$ 45 milhões para sua campanha, que já totaliza R$ 39,1 milhões em despesas. Mais da metade desse total - R$ 24,7 milhões - foi gasto na produção dos programas de rádio e televisão, além de R$ 5,3 milhões para a criação e inclusão de páginas na internet.
De acordo com o PT, a campanha do partido recebeu R$ 20,6 milhões, sendo R$ 20 milhões do Fundo Especial e o restante foi de financiamento coletivo. O partido, que ainda não tem candidato a presidente homologado pela Justiça Eleitoral, informou ao TSE ter gasto cerca de R$ 19,8 milhões, sendo R$ 14,5 milhões na produção dos programas para o horário gratuito.
A campanha petista também destinou R$ 900 mil para o escritório Aragão & Ferraro Advogados Associados que faz a defesa da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ciro Gomes (PDT) declarou ter arrecadado pouco mais de R$ 10 milhões, quase a totalidade do Fundo Especial. Cerca de R$ 53, 6 mil de financiamento coletivo. O PDT declarou despesas de R$ 1,4 milhão, sendo R$ 1,3 milhão para impressão de material de campanha e confecção de adesivos.
Segundo a Rede, a campanha de Marina Silva recebeu R$ 6,1 milhões - 87% do Fundo e gastou pouco mais de R$ 1,8 milhão, especialmente na produção dos programas do horário eleitoral.
Guilherme Boulos arrecadou quase R$ 6 milhões - 99,7% do Fundo - e gastou R$ 2,4 milhões, principalmente com pagamento de serviços de advocacia e assessoria, além da produção dos programas de rádio e televisão.
A campanha de Alvaro Dias (Podemos) disse ter recebido R$ 5,1 milhões, 62% oriundos do Fundo Especial. Mais R$ 1,9 milhão foi doado por pessoas físicas, incluindo o candidato ao Senado na coligação de Dias, Oriovisto Guimarães, empresário do setor de ensino que destinou R$ 1,7 milhão para a campanha presidencial. Dias informou despesas da ordem de R$ 5 milhões - valor aplicado especialmente na produção do horário eleitoral gratuito e nos deslocamentos pelo país.
João Amoêdo (Novo - foto) é o único que dispensou os recursos públicos para a campanha. Ele informou ao TSE uma arrecadação de R$ 1,3 milhão de doações de pessoas físicas e financiamento coletivo, além de despesas de R$ 172.698, especialmente com impressão de material.
José Maria Eymael (DC) declarou ter recebido R$ 828 mil e gasto R$ 42 mil com serviços de contabilidade.
A campanha de Jair Bolsonaro (PSL) informou ao TSE uma arrecadação de R$ 685.611, sendo R$ 334.044 repassados pelo partido e R$ 332.867 de financiamento coletivo. O candidato declarou despesas contratadas em valor superior ao arrecadado até este momento - R$ 825.683. Uma fatia desse montante destina-se ao pagamento de serviços de terceiros (R$ 347.500) e à produção do programa eleitoral (R$ 240.000).
Já João Goulart Filho (PPL) arrecadou R$ 431.800 e aplicou R$ 320.380 na campanha, enquanto Vera Lúcia (PSTU) recebeu R$ 401.835 - 99,5% do Fundo Especial e só gastou R$ 30.440. (Foto: Divulgação)