Sem indulgência para Collor
Nem o parentesco consanguíneo com o ministro Marco Aurélio de Mello - de quem é primo irmão e cuja indicação avalizou do próprio punho em 1990, na condição de presidente da República à época - foi suficiente para livrar Fernando Collor de Mello da prisão.
Por maioria de votos (6 a 4), a Suprema Corte decidiu mantê-lo privado de liberdade, o que, para atentos analistas do fator político, pode indicar uma espécie de "caminho sem volta" para a decretação futura da prisão também de Jair Bolsonaro no processo sobre supostas articulações que antecederam os atos violentos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Votaram pela manutenção da prisão de Collor os ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Dias Toffoli. Já pela soltura votaram os ministros André Mendonça, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Nunes Marques, enquanto o ministro Cristiano Zanin se declarou impedido.
A defesa de Collor apresentou dois laudos médicos indicando que o ex-presidente apresenta graves comorbidades, o que justificaria o cumprimento da prisão em regime domiciliar, mas de nada isso adiantou.
Não adiantou por enquanto, é bom que se aponte, pois em casos desse tipo é bom sempre ter em mente aquele velho adágio popular que diz que "de cabeça de juiz, barriga de mulher grávida e bumbum de criança não se sabe o que sai". (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)