No adeus ao papa Vaticano fala em construir pontes, não muros
Encarregado da homilia da missa de funeral do papa Francisco, na manhã deste sábado (26), o cardeal italiano Giovanni Battista Re aproveitou para fazer um apelo de paz ao mundo. "A guerra deixa sempre o mundo pior do que estava: é sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos. ‘Construir pontes e não muros’ é uma exortação que ele [Francisco] repetiu muitas vezes, e o serviço da fé como sucessor do Apóstolo Pedro esteve sempre unido ao serviço do homem em todas as suas dimensões", afirmou.
Dom Giovanni também celebrou o legado de defesa dos mais pobres do papa. "Várias vezes utilizou a imagem da Igreja como um ‘hospital de campanha’ depois de uma batalha em que houve muitos feridos; uma Igreja desejosa de cuidar com determinação dos problemas das pessoas e das grandes angústias que dilaceram o mundo contemporâneo; uma Igreja capaz de se inclinar sobre cada homem, independentemente da sua fé ou condição, curando as suas feridas", ressaltou.
"A manifestação popular de afeto e adesão, a que assistimos nos últimos dias, após a sua passagem desta terra para a eternidade, mostra-nos quanto o intenso pontificado do Papa Francisco tocou mentes e corações. Com a nossa oração, queremos agora entregar a alma do nosso amado Pontífice a Deus, para que Ele lhe conceda a felicidade eterna no horizonte luminoso e glorioso do seu imenso amor", acrescentou.
A celebração eucarística, realizada ao final de três dias de velório, aconteceu no átrio da Basílica de São Pedro e, ao final, ocorreram os ritos de encomenda do corpo. Além de uma multidão de fiéis anônimos, participaram da missa de corpo presente ao menos 250 cardeais, além de bispos, padres, irmãs e irmãos religiosos, bem como líderes políticos de inúmeros países, dentre os quais o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)