Collor é o terceiro ex-presidente preso num intervalo de sete anos
Depois de Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer, mais um ex-presidente brasileiro da era pós-redemocratização experimentou o sabor amargo da privação da liberdade. Fernando Collor de Melo, que presidiu o Brasil de 1990 a 1992 e renunciou para não ser afastado por um processo de impeachment, foi preso no meio da madrugada desta sexta-feira (25), no Aeroporto de Maceió, onde se preparava para embarcar rumo a Brasília e, segundo sua defesa, se entregar à Justiça. Lula foi preso em 2018 e Temer em 2019. Como os dois, Collor também perdeu a liberdade por conta de casos desvendados pela Operação Lava Jato.
O ex-presidente foi levado à superintendência da Polícia Federal e depois a um presídio de Maceió e lá permanecerá até que o STF (Supremo Tribunal Federal) o liberte ou defina o local onde deverá cumprir a pena de 8 anos e 10 meses de prisão a que foi condenado, já com trânsito em julgado, por corrupção e lavagem de dinheiro. No processo consta que ele recebeu R$ 20 milhões por negócios envolvendo a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. A condenação data de 2023 e a prisão ocorreu depois que o ministro Alexandre de Moraes negou o derradeiro recurso de sua defesa e determinou que a sentença fosse cumprida imediatamente.
A pedido do próprio Moraes, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, marcou uma sessão virtual para esta sexta, das 11h às 23h59, para que os ministros analisem a decisão individual, mas enquanto isso a ordem de prisão segue em vigor. O advogado Marcelo Bessa, que representa o ex-presidente, emitiu nota manifestando a esperança de que a decisão de Moraes possa ser revertida e Collor libertado nas próximas horas. (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado)