O suicídio de uma acadêmica de Medicina do campus da Unioeste em Cascavel, que repercutiu intensamente no Paraná há dois meses, foi apenas uma pequena amostra de um drama que cresce assustadoramente.

Levantamento divulgado nesta segunda-feira pela OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta para números estarrecedores: no mundo todo há uma tentativa de suicídio a cada três segundos, e um suicídio consumado a cada 40 segundos. No Brasil, a média já é de um suicídio a cada 45 minutos.

Em um esforço para minimizar esses números, a OMS definiu 10 de setembro como Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. No Brasil, há quatro anos ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) e CFM (Conselho Federal de Medicina) usam a data para marcar o lançamento da campanha nacional Setembro Amarelo.

Pelos dados da OMS, o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos e a sétima entre crianças de 10 e 14 anos.  Por conta disso, a Apal (Associação Psiquiátrica da América Latina) escolheu desenvolver campanhas nas redes sociais ao longo deste mês para alertar sobre o suicídio e oferecer ajuda a quem precisa.

CASCAVEL

Em Cascavel, os suicidas potenciais ganharão um importante ponto de apoio. Equipamentos e mobiliários já foram adquiridos para a implantação de um Posto de Serviços do CVV (Centro de Valorização da Vida), que deverá entrar em funcionamento até o fim do mês e contar com a participação inicial de 68 voluntários já treinados para dar assistência por telefone (no número 188), bem como ministrando palestras em escolas e empresas e atendendo presencialmente pessoas que já tentaram o suicídio e respectivos familiares.

A entrada em operação desse serviço na cidade está na dependência apenas da liberação do espaço físico escolhido. Trata-se de uma sala localizada no terminal rodoviário, mas cuja cessão depende da aprovação do conselho da Cettrans, que se reunirá extraordinariamente ainda esta semana para tratar especificamente do assunto. (Foto: Lucas Magalhães/Gestão Escolar)