INSS vira caso de polícia
R$ 6,3 bilhões é o montante desviado de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024, dentro do esquema desvendado pela Polícia Federal na chamada Operação Sem Desconto, que culminou com a demissão de toda a cúpula do INSS por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além do presidente Alessandro Stefanutto, indicado ao cargo pelo próprio ministro da Previdência, Carlos Pupi, foram para o olho da rua o procurador-geral Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, o coordenador de suporte e atendimento ao cliente Giovani Batista Fassarella Spiecker, o diretor de benefícios e relacionamento com o cidadão Vanderlei Barbosa dos Santos e o coordenador-geral de pagamentos e benefícios Jacimar Fonseca Silva.
Eles foram denunciados pelos crimes de corrupção passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de capitais diante da comprovação de que o INSS vinha fazendo acordos para permitir que sindicatos e associações cobrassem mensalidades de aposentados e pensionistas em troca de auxílio jurídico, desconto no plano de saúde e até auxílio funerário.
Além do afastamento dos implicados, o governo determinou a suspensão imediata dos acordos de cooperação firmados entre o instituto e diversas entidades sindicais, bem como do desconto das tais mensalidades.
Detalhe relevante: uma das entidades-alvo da PF na operação foi o Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), que tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, o Frei Chico, para quem não sabe um dos irmãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A operação desencadeada pela PF permitiu a recuperação apenas de uma parte da fortuna desviada por meio da apreensão de vários carros de luxo, incluindo uma Ferrari e um Rolls-Royce avaliados em mais de US$ 15 milhões, e em torno de US$ 370 mil em espécie. (Foto: Divulgação PF)