A infidelidade virou moda
O leitor se recorda das regras sobre a fidelidade partidária, contidas em uma Resolução baixada pelo TSE de outubro de 2007? Se não, basta clicar AQUI e ver a íntegra da norma. Mas é recomendável deletar isso da cachola imediatamente a seguir e fazer de conta que tudo não passou de mera imaginação.
Explico: a referida resolução existe, mas não é aplicada como tantas outras criadas com a desculpa de que era necessário fazer algo para moralizar a nossa política, que continua a bagunça de sempre.
Em Cascavel, ainda há poucos meses tivemos o episódio do agora ex-vereador Romulo Quintino, que abdicou de ser candidato a vice de Marcio Pacheco com a garantia do PL de que assumiria a cadeira de deputado estadual do agora prefeito de Assis Chateaubriand, Marcel Micheletto, e acabou ficando a ver navios.
E nesta semana tivemos mais três episódios, todos eles também envolvendo deputados paranaenses, que mostram bem o quanto a regra em vigor é mera "conversa para boi dormir".
O primeiro foi a garantia dada por PSDB e PL (de novo) de que não reivindicarão os mandatos da deputada estadual Mabel Canto e do deputado federal Vermelho, que assim poderão realizar o desejo de mudar para o PP em busca, claro, de uma condição eleitoral mais favorável e evitar sobressaltos em suas carreiras políticas
E agora vem o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná e confirma, em decisão de plenário, liminar concedida anteriormente dando ao também deputado estadual Requião Filho autorização para que deixe o PT e migre para outro partido (provavelmente o PDT) sem qualquer risco de perda do mandato.
É isso que chamam de fidelidade partidária? (Foto: Reprodução)