Nosso Ensino Superior está devendo
Quando um boletim médico diz que determinado paciente está passando mal, significa que ele pode estar com "um pé na cova", como se diz popularmente. Pois a julgar pelos números do Enade 2023, divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Inep, nosso Ensino Superior está, em boa medida, levando uma espécie de vida vegetativa, ou seja, respirando por aparelhos.
E olha que esse preocupante cenário inclui também o mais nobre dos cursos, o de Medicina, cujos formandos poderão ter que se submeter a uma espécie de Exame da Ordem, como já acontece com os de Direito, conforme proposto em projeto de autoria do senador paulista Marcos Pontes em tramitação no Congresso.
O novo retrato mostra que o ensino de Medicina piorou sobremaneira no comparativo com a avaliação anterior, de 2019, com nada menos que 20% dos cursos atingindo notas consideradas insatisfatórias e não mais que 45% alcançando as notas mais altas (4 - boa e 5 - ótima), o que significa que mais da metade dos médicos recém-formados estão chegando ao mercado sem as condições necessárias para exercer uma profissão absolutamente vital.
E olha que Medicina é quase uma exceção, pois está entre os cursos de melhor desempenho. Na outra ponta, de pior de desempenho na média nacional, está a graduação de Engenharia Mecânica, que teve apenas 18% dos cursos com notas satisfatórias no Enade.
No caso do EaD (Ensino a Distância) o retrato é ainda pior, pois só 1% conseguiu nota máxima, enquanto a metade ficou distante de alcançar o chamado desempenho satisfatório.
Para acessar as notas de todas as instituições de ensino, basta clicar neste LINK. (Imagem: Reprodução)