Olho por olho, dente por dente
Sempre fui um crítico contumaz dos tais Cmeis, pois, com a experiência de quem é pai de filhos já bem adultos, entendo que dois ou três monitores não conseguem educar 20 e tantas crianças de colo trancadas num mesmo espaço, bem como que o poder público seria mais econômico e eficiente, nesse caso, se pagasse uma espécie de bolsa mensal para as mães ficarem em casa cuidando dos filhos até eles atingirem a idade escolar, mas já que nesse debate sou voz vencida, me atrevo a opinar que Renato Silva acerta em cheio ao propor uma lei para amparar o afastamento imediato de qualquer servidor público suspeito de violência física ou sexual contra não só pequeninos, mas também adolescentes e idosos.
"Me senti [sic] no dever de vir aqui na Câmara e protocolar este projeto, que nos ampara e nos dá mais autonomia para tomar as medidas cabíveis quando tiver suspeita de alguém que não esteja tendo um comportamento digno nas nossas escolas e Cmeis. Com essa lei, vamos ser amparados e ter autonomia para afastá-los das suas funções. Temos que ser firmes, seguros, porque temos que cuidar das nossas crianças e tomar as medidas necessárias", justificou o prefeito ao entregar o projeto em mãos ao presidente da Câmara, Tiago Almeida, na companhia das secretárias Márcia Baldini (Educação) e Beth Leal (Comunicação e Cultura).
Há coisas que não se consegue simplesmente apagar da memória, como é o caso do episódio do servidor público rotulado pela imprensa como "professor monstro" e só agora condenado a 30 anos de prisão por assediar reiteradamente ao menos um aluno de apenas 3 anos ainda ao longo de 2019, e criança alguma pode ser deixada a mercê de pessoas com perfil tão desumano, por isso é necessário ter mecanismos que permitam tomar as providências cabíveis o mais breve possível.
O problema do poder público é a burocracia, que dificulta a tomada imediata de atitudes necessárias para salvaguardar a qualidade do serviço prestado à população, e a proposta da administração municipal, uma vez tornada lei, permitirá trocar a morosidade pela urgência e atacar o problema logo na origem, ou seja, antes que ele se transforme em uma espécie de bola de neve e faça novas vítimas.
Aliás, gente que pratica atos desse tipo, contra principalmente pessoas totalmente indefesas - destruindo vidas e até famílias -, deveriam ser levada do trabalho direto para a prisão, sem direito sequer a uma passadinha em casa para pegar uma muda de rouba qualquer, pois "monstro" desse tipo deve usar uma vestimenta que o caracterize como tal, até para que a sociedade como um todo saiba exatamente por que foi alcançado pelo chicote da lei. (Foto: Secom/PMC)