Cascavel, 07 de abril de 2025
07/04/2025 - 08h07

"Quebrou tem que pagar, mas..."

Comentários

Observador Guazu
07/04/2025 - 14h13
O 8 de janeiro, também conhecido como "Festa da Selma" ou "górpi" tabajara, não foi um simples quebra-quebra. Foi a face mais visível de um plano golpista tenebroso, de tomada do poder, que incluía a eliminação fisica de presidente da República, vice e ministro do STF. A ponta do iceberg dessa trama foi exposta pela delação premiada do tenente-coronel Cid. A Polícia Federal se encarregou do resto - uma longa, exaustiva e detalhada investigação (coisa de profissionais, ainda em curso) que expôs as entranhas de um "putsch" que vinha sendo gestado pelo menos desde setembro de 2021. Os participantes da "Festa da Selma" têm muita sorte. Vivemos sob um regime democrático, as instituições (PGR e STF inclusos) funcionam, a Constituição de 1988 está em vigor, e quem se sentir injustiçado sempre pode recorrer. A dois terços dos 1.552 processados - cerca de 1.000 pessoas - foi oferecida a possibilidade de um acordo de não persecução penal. 527 aceitaram firmar o acordo, que entre outras coisas inclui frequentar um curso sobre democracia oferecido pelo Ministério Público. Se o 8 de janeiro tivesse ocorrido nos tempos do Garrastazu, os "patriotas" estariam encarando pena de prisão perpétua ou pelotão de fuzilamento nos casos mais extremos. PS 1 - O Brasil tem uma longa tradição de golpes, contra-golpes e levantes. A própria República foi resultado de um golpe. E nem sempre houve anistia. A remota e horrorosa colônia penal de Clevelândia, no norte do país, recebeu centenas de militares rebeldes que haviam sido derrotados em 1925 na batalha de Catanduvas (PR). Outros fugiram para a Argentina ou se refugiaram na Bolívia (Coluna Prestes). PS 2 - Lembro até hoje o dia em que Getúlio Vargas se suicidou, mas só muitos anos depois pude entender quem era Getúlio e como o tiro no coração brecou a conspirata civil-militar que estava prestes a chutá-lo da presidência. O gesto do ex-ditador e "pai dos pobres" retardou em 10 anos o Leviatã de 1964. Mas isso já é outra história...

Lauri Rosa
07/04/2025 - 11h48
Eu também penso que quem quebrou tem que pagar. Mas respeitado o processo legal. Se o Bolsonaro queria dar um golpe, porque sumiram as gravações. Ou melhor, se o Bolsonaro tentou dar um golpe, porque o Flávio Dino sumiu com as gravações. Cuidado! Um dia a verdade irá vir à tona.

Violar sarturi
07/04/2025 - 09h42
O Brasil já anistiou terroristas, sequestradores e torturadores. Todos ao mesmo tempo e em nome da pacificação nacional. Depois, fechou os olhos a invasões e depredações de ministérios, sem qualquer reação ou punição. Por isonomia e bom senso, as invasões mais recentes deveriam ser tratadas do mesmo jeito, ou, no máximo, com ressarcimento dos prejuízos materiais. Vem a ser uma questão de isonomia e bom senso. A não ser que a foice e facão sejam considerados menos letais que mãos vazias de uma turba que (insuflada por terceiros ou não) invade um espaço público, com a complacência e benemerência de autoridades presentes. Precisamos deixar de lado extremismos e encarar os fatos olhando para frente, mas sem perder de vista o passado.

Idalino
07/04/2025 - 08h58
Concordo com o relator, também acho que essas penas serão reanalisada, (pois cada caso é um caso), e serão abrandadas, conforme os pedidos de reanálise, reconhecimento e pagamento do que quebrou. Se for anistia geral, vai sobrar a conta para todos nós, inclusive devolvendo com juros o que já foi pago.

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