Não há demarcação de terras para índios, esclarece a Itaipu
A presença de técnicos a serviço da Itaipu em municípios do Oeste paranaense levantou dúvidas entre proprietários rurais da região. Por isso, a empresa esclareceu nesta quarta-feira (12) que essa atividade nada tem a ver com o acordo judicial determinando que a binacional adquira 3 mil hectares e os repasse às comunidades indígenas Avá-Guarani.
Na verdade, o que esses profissionais estão fazendo é a instalação de marcos geodésicos que fazem parte da rede altimétrica de alta precisão da Itaipu. A atividade faz parte de um trabalho de atualização de larga escala, uma vez que o mapeamento altimétrico da região havia sido realizado nos anos 1970, por ocasião da construção da usina. Agora, com a nova rede altimétrica, será possível conhecer com mais precisão o relevo do território conectado com o reservatório da usina.
Para isso, são instalados marcos geodésicos de concreto a cada três quilômetros e em locais que dificilmente sofrerão alterações nas próximas décadas. Isso significa que uma parte desses marcos acaba por ficar localizada dentro de propriedades rurais particulares, embora muitos se localizem ao longo de rodovias e áreas públicas de municípios, estados e União.
Conforme explica o gerente da Divisão de Estudos da Itaipu, Henrique Gazzola de Lima, a instalação desses marcos está dividida em lotes. Os dois primeiros, que cobrem uma área triangular entre Foz do Iguaçu, Cascavel e Marechal Cândido Rondon, já estão praticamente concluídos. "Agora os técnicos estão iniciando o lote três, a partir de Guaíra e subindo a bacia do Rio Paraná. Também há frentes de trabalho realizando levantamentos no lote dois, na área compreendida entre Mercedes, Guaíra, Quarto Centenário e Corbélia", informou. A previsão é instalar cerca de 1.400 marcos e até o momento só 512 estão efetivamente fixados no solo.
A instalação de nova rede altimétrica permitirá ter um conhecimento mais exato sobre o relevo do território. "Isso porque se trata do relevo real, uma vez que com a rede altimétrica a medição é exata. Isso facilitará, inclusive, futuros projetos de infraestrutura, como pontes e estradas", explica a gestora do contrato pela Itaipu, Roberta Dal Bosco Carletto. (Foto: Sara Cheida/Itaipu)