Ex-prefeitos deixaram dinheiro em caixa nas principais cidades
Não são apenas os oito anos de governo que unem os ex-prefeitos Chico Brasileiro (Foz do Iguaçu), Leonaldo Paranhos (Cascavel), Marcelo Belinati (Londrina), Ulisses Maia (Maringá) e Rafael Greca (Curitiba). Os cinco fecharam o mandato em 2024 com superávit e deixaram dinheiro em caixa aos sucessores.
O mesmo aconteceu com as prefeitas reeleitas Nina Singer (São José dos Pinhais) e Elizabeth Schmidt (Ponta Grossa) e com quem perdeu a reeleição: os ex-prefeitos Beto Lunitti (Toledo) e Celso Góes (Guarapuava). Os números são dos relatórios de gestão fiscal do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e das prestações de contas do último quadrimestre realizadas nas Câmaras Municipais.
Em Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro (PSD) deixou um superávit (empenhou menos despesas que o disponibilizado em caixa) de R$ 128,5 milhões em 2024, mesmo prevendo os restos a pagar, ficou o montante em caixa para as despesas de janeiro. Em 2024, pelos dados TCE, o crescimento alcançou o ICMS (partilhado com o Estado), FNDE e FPM (repassados pelo governo federal) e a arrecadação própria (IPTU, ISSQN) puxada pelo Refis.
ARRECADAÇÃO
Outro dado interessante: as receitas continuam crescendo acima da inflação em todos os grandes municípios em municípios em 2025, fruto do ICMS e FPM e arrecadação própria em alta. Em Foz, enquanto que em 2024, a arrecadação de janeiro foi de R$ 138 milhões, no mesmo mês em 2025, chegou a R$ 160 milhões - aumento de 16%. Os valores de fevereiro também apontam para o crescimento: R$ 129 milhões (em 2024) e mais de R$ 150 milhões (em 2025) - aumento de 17%. O aumento é real já que inflação nos últimos 12 meses somou 4,96%.
Em Londrina, o ex-prefeito Marcelo Belinati (PP) registrou um supera?vit de R$ 422,7 milhões em 2024, resultado da soma dos supera?vits da administrac?a?o direta e indireta. Na prefeitura (administrac?a?o direta), o supera?vit foi de R$ 84 milho?es. Este e? o valor que foi deixado em caixa no dia 31 de dezembro de 2024.
A Prefeitura de Maringá fechou 2024 com superávit de R$ 339 milhões e o ex-prefeito Ulisses Maia (PSD) a classificou como uma "gestão financeira exemplar", disse. "Deixamos uma gestão fiscal e financeira exemplar, com avaliação máxima do Tribunal de Contas do Paraná. Todas as obras em andamento no município têm recursos garantidos no orçamento para a finalização", completou.
No caso de Cascavel, conforme a planilha do TCE, Paranhos terminou seu segundo mandato consecutivo com R$ 194,2 milhões em disponibilidade em caixa (após a inscrição em restos a pagar não processados do exercício) do Município de Cascavel. Conforme dados da própria prefeitura, o saldo em caixa no dia 31 de dezembro de 2024 foi de R$ 323,4 milhões.
"Antes de encerrar o mandato, eu e o prefeito Renato Silva anunciamos R$ 135 milhões em investimentos. Foram autorizadas licitações para obras, homologações, entrega de equipamentos e ambulâncias, compra de merenda escolar, criação do fundo municipal de desenvolvimento industrial e da escola superior de formação superior. Tudo isso foi possível graças à saúde financeira e capacidade de investimento da prefeitura", disse Paranhos.
RECORDE NA CAPITAL
O ex-prefeito Rafael Greca deixou a Prefeitura de Curitiba com uma situação fiscal controlada e superávit nominal de R$ 93 milhões, conforme a prestação de contas feitas pelo secretário Vitor Puppi (Planejamento, Finanças e Orçamento) na Câmara de Vereadores.
No ano passado, a receita total do Município atingiu R$12,9 bilhões, representando aumento de 6,97% em comparação a 2023. As despesas somaram R$ 12,6 bilhões, com crescimento de 4,27% no mesmo período. Greca fechou 2024 com a marca recorde de R$ 1,3 bilhão em investimentos, 10,5% mais que em 2023.
Já Ponta Grossa fechou 2024 com superávit de R$ 75 milhões, São José dos Pinhais (R$ 201,4 milhões), Toledo (R$ 180,5 milhões) e Guarapuava (R$ 27,5 milhões). (Fotos: Reprodução)