Liberdade sim, libertinagem não
Democracia pressupõe o exercício da liberdade, mas não da libertinagem. Enquanto liberdade é o grau legítimo de independência que um cidadão, um povo ou uma nação elege como valor supremo, libertinagem é sinônimo de indisciplina e, portanto, um ato de desrespeito às regras estabelecidas.
Diante disso, não restam dúvidas de que não se encaixa nos critérios da liberdade a atitude (mais uma) do polêmico deputado Renato Freitas durante a sessão desta segunda-feira (24) da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Paraná, o que o levou a bater boca com os colegas Márcio Pacheco e Ademar Traiano e, por vim, a partir para as vias de fato.
O estopim da confusão foi uma crítica à postura de um assessor de Pacheco, acusado por Freitas de estar fazendo "palhaçada" durante a sua fala. O deputado cascavelense reagiu, questionando se os outros não podiam ter opinião e mandando o petista "baixar a bola", mas como resposta foi chamado de "coronelzinho de meia-pataca".
Traiano então reagiu dizendo não desconhecer o histórico de Freitas, que em 2022, quando ainda vereador de Curitiba, liderou uma invasão à Igreja Nossa Senhora do Rosário, e o petista rebateu imediatamente o presidente da CCJ chamando-o de corrupto. Como se isso não bastasse, na saída o deputado nervosinho ainda empurrou violentamente o assessor parlamentar com o qual deu início a mais essa confusão.
Ironicamente, horas mais tarde a Assembleia Legislativa foi palco de uma audiência pública proposta pelo também deputado Tito Barichello para discutir os desafios e os limites da liberdade de expressão como pilares fundamentais da democracia.
Fatos desse tipo em nada contribuem para engrandecer o Poder Legislativo, ao contrário, só denigrem a sua imagem, por isso talvez fosse o caso de a nova Mesa Diretiva da Alep presentear o nobre deputado petista (e outros que ousarem agir da mesma forma) com um manual de boas maneiras. (Imagem: Reprodução vídeo)