A virtude do silêncio
J. J. Duran
Entre as grandes lições que a vida nos ensina, devemos destacar a importância que tem o saber calar no momento certo.
O silêncio significa saber que falamos demais e falamos mal, repetindo despropósitos que nos levam a enfrentamentos desnecessários no nosso cotidiano.
Diga-me com quem falas e te direi como sois: assim os falantes insistem em falar e em tentar se sobrepor aos dissidentes de suas opiniões culturais, políticas e sociais.
Nestes tempos do chamado discurso do ódio, produto da boca de alguns governantes que se julgam no direito de converter o indesejável em insuportável, me parece que esqueceram que a palavra não pode ser usada como arma para manchar a biografia dos divergentes.
Neste momento em que o preconceito é amplamente valorizado no mercado dos horrores discursivos por parte dos que mandam se recria um cenário de horrores no qual a Bíblia é misturada ao livro pornô e a essência política a um amontoado de asneiras.
Trata-se de um tempo em que as sociedades são agredidas por primitivistas da selva política egressos do mercado pregador da destruição do Estado tradicional.
A paralisação mental das plateias manipuladas pelo chamado "cavernículo" dos discursos do absurdo tem maior ou menor duração de acordo com o fanatismo dos militantes e o grau de intolerância de cada um.
Nos primórdios do seu mandato, o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro teve momentos discursivos fora das famosas quatro linhas, porém jamais defendeu a destruição do Estado como fazem figuras como Donald Trump, Javier Milei e Nicolás Maduro.
Neste atormentado mundo de enchentes e terremotos políticos, as principais estrelas da constelação da direita triunfalista estão convertendo o círculo político em um cenário deplorável. (Imagem: Reprodução)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário de Cascavel e do Paraná