A onça e o mosquito
Principal "point" da região do Bairro Santa Cruz, onde estão localizadas duas das maiores instituições privadas de ensino superior do Paraná (FAG e Univel), o Ecopark Oeste acaba de passar a primeira noite sob monitoramento por câmeras.
Seria algo absolutamente normal não fosse o objetivo do IAT (Instituto Água e Terra) ao instalar tais equipamentos, que é localizar, para posterior captura e remoção para uma área de mata nativa, uma onça-parda que moradores andaram avistando (e até filmando) nos últimos dias.
A ideia é, literalmente, tirar o bicho de circulação antes que ele acabe atacando um ser humano ou um animal doméstico qualquer para matar a fome, já que se trata de uma região sem maiores atrativos naturais para predadores de tamanho porte.
Mas, enquanto a tal onça está metendo medo num bocado de gente, o mesmo não parece estar acontecendo em relação a outro bicho, que é talvez milhões de vezes menor, mas ainda assim tem um poder letal tão grande ou até maior que o da onça.
Estou me referindo ao minúsculo Aedes aegypti, que segue "fazendo a festa" na cidade inteira por conta da irresponsabilidade de parte considerável dos moradores. Prova disso é que o número de casos de chikungunya cresceu mais de 23% nas últimas semanas, saltando de 348 para 430 de acordo com o boletim oficial. Transmitida pelo mesmo mosquito, a dengue também cresceu no período, mas bem menos, saltando de 56 para 61 casos.
Além de um custo financeiro imensurável, que é dividido entre todos, as doenças que esse desengonçado alado transmite já causaram diversas mortes na cidade, mas ainda assim boa parte da população parece seguir dormindo em berço esplêndido, como a acreditar que esse é um problema afeto exclusivamente ao vizinho ou ao poder público.
Apesar dos insistentes alertas, é notório o descaso de muitos moradores com as medidas recomendadas para evitar a proliferação do Aedes, o que sugere a necessidade de a Prefeitura começar a multar pra valer essa gente. (Foto: Reprodução)