Pouco muda entre ter um mandato de senador e ganhar na Mega Sena
Fazer o "pé de meia" de uma hora para outra é um sonho acalentado por milhões e milhões de brasileiros que lotam as casas lotéricas quase diariamente para fazer suas apostas na Mega Sena, mesmo desconfiados de que essa loteria de números não seja tão séria quanto apregoa a propaganda oficial.
Mas há um número bem menor de "apostadores" que trilham outro caminho para tirar a sorte grande. São os candidatos a senador (no Paraná são apenas 14 concorrendo a duas vagas neste ano), que uma vez eleitos não precisam mais se preocupar com as contas habituais que tanto atormentam seus compatriotas.
Levantamento da Ong Contas Abertas aponta que o orçamento do Congresso Nacional para 2018 é de R$ 10,5 bilhões, R$ 6,1 bilhões para a Câmara e R$ 4,4 bilhões para o Senado. Acontece, porém, que a Câmara possui 513 "inquilinos" e o Senado apenas 81.
O salário dos detentores de mandatos é o mesmo nas duas Casas. O que as diferencia, basicamente, é a proporção de servidores por gabinete e a remuneração, além de incontáveis outras mordomias. No Senado é comum encontrar servidores com salário perto de duas vezes maior que o teto constitucional.
Como se isso não bastasse, determinados senadores possuem um verdadeiro exército de auxiliares regiamente patos pelos contribuintes. O campeão é Fernando Collor, que conta com uma equipe de 85 assessores, 54 deles lotados no seu gabinete em Brasília - um andar inteiro numa das torres do Congresso, com vista para o Lago Paranoá - e os demais em Alagoas. Somente em salários, a Casa gasta aproximadamente R$ 3 bilhões por mês.