Salários e Fundo Eleitoral tornam deputados candidatos privilegiados
Mesmo com o Fundo Eleitoral disfarçado, conforme matéria postada há pouco pelo Alerta Paraná, os vereadores candidatos do País todo enfrentam uma condição desigual (e amplamente desfavorável) para disputar as eleições deste ano. A razão está não só no Fundo Eleitoral, mas também nos salários que os deputados recebem, muito mais "generosos" que os dos vereadores, bem como na estrutura de que dispõem em seus gabinetes.
No caso específico do Paraná, cada deputado estadual custa R$ 157.528,33 por mês e R$ 1.890.339,96 por ano, conforme levantamento feito pelo Observatório Social de Maringá. O montante é resultado da soma dos salários de R$ 27.408,33 (com décimo terceiro), dos R$ 98.650 liberados para a contratação de até 23 funcionários comissionados e dos R$ 31.470 para despesas com o gabinete - entre elas, transporte, alimentação e divulgação. A verba reembolsada pelos custos de gabinete é acumulativa, ou seja, caso não seja utilizada integralmente no mês, o restante será incorporado no valor disponível para o deputado no mês seguinte.
Com isso, por ano cada deputado custa R$ 328.899,96 em salários e tem direito ao limite de R$ 1.183.800 em verbas para funcionários comissionados e R$ 377.640 em despesas de gabinete.
A luta dos vereadores se torna ainda mais inglória quando contra os deputados federais, cujo custo chega a R$ 179 mil mensais e R$ 2,14 milhões anuais cada. Esse montante nada modesto é fruto da soma de um salário mensal de R$ 33.763, auxílio-moradia de R$ 4.253 ou apartamento de graça para morar, verba de R$ 101,9 mil para contratar até 25 funcionários e auxílio de R$ 30.788,66 a R$ 45.612,53 por mês para gastar com alimentação, aluguel de veículo e escritório, divulgação do mandato, entre outras despesas, além de dois salários no primeiro e no último mês da legislatura como ajuda de custo e ressarcimento de gastos com médicos.