Energia solar abastece mais de 70% das granjas de suínos e frangos do País
Dilceu Sperafico
No desafio de melhorar a qualidade de vida da população brasileira e mundial, o Paraná não se destaca apenas na produção, transformação e exportação de alimentos de qualidade e sustentabilidade. Conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no ano de 2024 o Estado foi o 4º colocado em potência de energia solar instalada durante o período, com geração de 706 megawatts (MW). Com isso, ficou atrás apenas de São Paulo, com 1.478 MW, mas território 1,24 vezes maior que do Paraná. Da mesma forma, Minas Gerais com 811 MW e território 2,9 vezes maior e Mato Grosso, com a geração de 718 MW, em área 4,5 vezes mais extensa que o território paranaense. O Paraná, não custa lembrar, também sedia grandes hidrelétricas, com fonte limpa e renovável de geração de energia, como a Usina de Itaipu, a maior do mundo e diversas unidades no Rio Iguaçu. Além disso, a geração de energia solar não beneficia apenas empresas e residências urbanas. Prova disso são aviários e pocilgas de suínos integrados à empresa Seara Alimentos, do grupo JBS, que conquistaram marca expressiva na geração de energia solar em 2024.
Em oito Estados e Distrito Federal onde as empresas atuam, mais de 70% das granjas e indústrias utilizam energia solar em suas atividades, quando há apenas cinco anos esse número era de 5,61%, com aumento exponencial de 1.149% desde então. Assim, num único ano a produção de energia solar nas granjas integradas à Seara Alimentos em todo o Brasil somou 205.182.885,60 kWh, quantidade suficiente para abastecer cidade com 90 mil habitantes, ao longo de 12 meses. Nas granjas de frangos e suínos da Seara Alimentos no Rio Grande do Sul o percentual chegou a 72%, em São Paulo superou 77%, em Santa Catarina alcançou 73% e no Paraná o índice foi de 71,6% das granjas com placas fotovoltaicas.
Conforme especialistas, com a implementação de maior automação de aviários e pocilgas, com ambientes internos controlados, a energia elétrica passou a ter papel cada vez mais relevante na formação de custos de produtores e indústrias. Por outro lado, os painéis fotovoltaicos com domínio cada vez maior na produção de energia elétrica a partir das placas solares, crescem como oportunidade competitiva nesse cenário. Além de orientar e apoiar a implementação dos painéis, a Seara Alimentos tem estimulado a instalação das placas fotovoltaicas nas granjas por meio de checklist ou lista de verificação que detalha sequência de tarefas ou itens a serem acompanhados, destacando boas práticas de produção por meio de ações sustentáveis.
A Seara Alimentos dispõe de checklist que baliza a política de bonificação para parceiros integrados na criação de aves e suínos. Além de critérios de adequação estrutural e de procedimentos, também são contemplados itens de sustentabilidade. Entre os critérios de Ambiental, Social e Governança (ESG), além da instalação de fontes de energia renováveis nas granjas, como as placas fotovoltaicas, também são implementados programas para identificação, separação e destinação correta de resíduos sólidos e adequação das granjas as normas de bem-estar animal. As granjas que se engajam nas três frentes passam a ter direito à bonificação da indústria integradora. Dessa forma, a energia solar, além de representar solução mais sustentável, também se revela alternativa economicamente vantajosa para os produtores. (Foto: Divulgação Sistema Faep)
Dilceu Sperafico é deputado federal e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Paraná - dilceu.joao@uol.com.br