O choro é livre, mas é só choro
A abertura oficial da nova legislatura na Câmara de Cascavel parecia transcorrer sem trauma algum. E para a maioria esmagadora dos que acompanharam a sessão desta quarta-feira (5) foi exatamente assim. Foi, mas só até vir a público uma entrevista de Alécio Espínola à Catve empanando totalmente o brilho da festa.
Ainda vestindo a roupagem de menino magoado, o pelo visto agora ex-aliado de Renato Silva voltou a baixar o sarrafo no novo prefeito, não sem atingir indiretamente também o ex-prefeito Leonaldo Paranhos, duas pessoas com quem dividiu muitos anos de sua vida pública e profissional, posto que trabalhou anos com o primeiro na Rádio Colmeia e com o segundo como assessor parlamentar.
Ainda inconformado pelo fato de o Paço Municipal não ter assegurado sua reeleição para a presidência da Câmara, de birra Alécio não colocou seu nome para compor qualquer das comissões permanentes. Chegou a atribuir a culpa de sua total ausência ao atual presidente, Tiago Almeida, mas este veio a público menos de 24 horas mais tarde para "colocar os pingos nos is" e dizer que não foi bem assim.
Pouco importa de que lado está a "verdade verdadeira", não a versão mais conveniente; o fato concreto é que Alécio precisa entender, de uma vez por todas, que quem o tirou da presidência da Câmara não foi o Paço Municipal, mas os próprios vereadores, seus colegas - e por motivos que ele certamente não desconhece, diga-se de passagem.
Em política é assim mesmo: uma hora se ganha, na outra se perde. Mas terceirizar a culpa por uma derrota não é coisa que se faça, por mais motivos que se tenha, pois isso é uma demonstração de fragilidade que não cabe no currículo de um político vencedor.
O futuro ainda parece reservar coisas melhores a Alécio, mas para que isso se confirme ele precisa pavimentar o caminho e não criar novos obstáculos para atrapalhar seus próprios passos. (Foto: Divulgação CMC)