O Fundo Eleitoral disfarçado dos vereadores candidatos
Com os votos da maioria de seus 513 deputados e 81 senadores, o Congresso Nacional aprovou em outubro do ano passado o que é visto como principal obstáculo para a renovação do Congresso Nacional: o Fundo Eleitoral, uma poupança de R$ 1,7 bilhão regada com recursos públicos para bancar os candidatos às eleições deste ano.
Como a distribuição desses recursos entre os militantes foi deixada a critério de cada partido, a maioria dos que ainda não são deputados nem senadores foi deixada a ver navios, com as cúpulas partidárias usando os recursos do Fundo para financiar as campanhas basicamente dos que já exercem mandatos no Congresso.
Mas, mesmo tendo sido segregados por seus próprios partidos na divisão desse bolo, há candidatos que não têm lá do que reclamar. É o caso dos cinco vereadores de Cascavel, que mesmo ainda não tendo cumprido metade de seus mandatos decidiram se submeter ao crivo das urnas nesta eleição de olho em cadeiras na Assembleia Legislativa (Gugu Bueno, Misael Junior, Policial Madril e Damasceno Júnior) e na Câmara dos Deputados (Olavo Santos).
De acordo com levantamento do Observatório Social, em 2017 a Câmara de Cascavel teve um custo total de R$ 17,258 milhões. Dividindo isso pelo número de cadeiras existentes na casa (21), chega-se à conclusão de que o custo indireto de cada vereador foi de R$ 68.485 mensais - custo indireto porque entram nessa soma não só as despesas individuais de cada gabinete, mas também dos servidores efetivos, material de expediente, água, luz etc. e tal.
Qualquer vereador candidato que vier a ser questionado sobre isso certamente irá negar de forma peremptória, mas não conseguirá provar por a mais b que ao menos parte dessa estrutura está a serviço de sua campanha em forma de Fundo Partidário disfarçado.