Orso adverte que campo não resiste a uma nova greve de caminhoneiros
Após a alta de 13,03% anunciada para o preço do óleo diesel nas refinarias, uma grande preocupação tomou conta da agropecuária brasileira. Dependente do transporte rodoviário, o setor teme ser prejudicado também por uma nova greve dos caminhoneiros, que está prometida para os próximos dias.
Desde o aumento anunciado na última sexta-feira, o litro do diesel em Cascavel varia entre R$ 3,55 e R$ 3,70. Esse é o primeiro reajuste desde junho, quando, em acordo com os caminhoneiros em greve, o governo congelou o preço do produto nas refinarias em R$ 2,0316 por litro. A alta é referente à desvalorização do real em relação ao dólar.
O presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Paulo Roberto Orso, demonstrou preocupação com o assunto nesta segunda-feira, alertando que o setor não tem capacidade de suportar uma nova greve.
"Ainda estamos longe de recuperar os estragos da paralisação anterior. De que adiantou travar o preço por quase três meses e aumentar 13% de uma só vez? Como vamos pagar essa quantia?", questionou Orso, ressaltando que dólar alto tem penalizado os produtores também em outros aspectos. "O setor primário, que sustenta o país, está sendo dizimado. Estamos em plena colheita do trigo e em breve iniciaremos o plantio da soja. O problema já é grave, imagina com mais uma greve", afirmou.
O produtor rural pede bom senso de todos os envolvidos para buscar uma solução. No entanto, com as recentes notícias da União dos Caminhoneiros, que já marcou paralisação após o feriado de 7 de setembro, o problema precisa ser resolvido urgentemente. "O governo federal precisa agir com rapidez. O setor pode quebrar e o Brasil pode entrar em colapso novamente", concluiu Orso. (Arquivo: IstoÉ)