Os motoristas que trafegam no trajeto de aproximadamente 800 km entre o Oeste do Paraná e o Sul de Santa Catarina precisarão ter uma dose extra de paciência por esses dias, pois o tráfego em determinados trajetos da ligação entre Foz do Iguaçu e Blumenau ficará bastante lento, o que exigirá também atenção redobrada.

A causa disso é o transporte de um megatransformador de 256 MVA (Megavoltampère) da Itaipu Binacional, iniciado neste sábado (18) e que se estenderá por cerca de três semanas, pois a velocidade máxima possível nesse caso é de 40 km/h. Quando chegar ao seu destino, ele passará por uma ampla manutenção corretiva.

As dimensões da peça justificam a duração da viagem, pois ela tem 5,5 metros de comprimento, 5,2 metros de altura e 122 toneladas de peso. O transporte está sendo feito por uma empresa especializada, que destinou para esse fim um caminhão plataforma com 39 metros de cumprimento e 3 metros de largura, tudo sustentado em 124 pneus. Um segundo caminhão segue engatado na parte traseira do veículo principal, para servir de contrapeso e ajudar nas manobras.

A Itaipu tem um total de 60 desses transformadores em duas frequências distintas (30 de 60Hz no lado brasileiro e outros 30 de 50Hz no lado paraguaio) e cuja função é elevar a tensão produzida pelas unidades geradoras de 18 kV para 500 kV. Já a correção, neste caso específico, se tornou necessária devido a uma anomalia identificada precocemente pela manutenção da usina.

"A execução do serviço na fábrica, fora da usina, deve-se ao fato de os procedimentos de desmontagem e montagem do transformador serem complexos e exigirem uma grande estrutura e mão de obra especializada. Além disso, existem ensaios elétricos específicos que precisam ser realizados no transformador, após a montagem, que não são exequíveis na usina", explica o superintendente adjunto de manutenção Marco Aurélio Siqueira Mauro.

As anomalias foram constatadas em meados de 2023 e então a peça foi retirada de operação, por questões de segurança, e substituída por uma sobressalente, com as mesmas características. Inicialmente o transformador passou por análises técnicas para identificar a causa e só depois foi aberto o processo de licitação para escolha e contratação do serviço, que é altamente especializado. (Foto: William Brisida/Itaipu - Montagem A Gazeta de Foz)