Região de Guaíra vira praça de guerra e segurança é reforçada
A Agência Brasil informou no início da noite deste domingo (5) que o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou um incremento de 50% no efetivo da Força Nacional na região da reserva indígena localizada na divisa de Terra Roxa com Guaíra, no Oeste do Paraná, que ultimamente tem sido palco de sucessivos e violentos conflitos.
Na noite de sexta-feira (3), quatro indígenas da comunidade Yvy Okaju (antigo Y’Hovy), do povo Avá-Guarani, foram feridos a tiros. Uma criança e um adulto foram alvejados, um jovem nas costas um quarto que teve o maxilar perfurado por um projétil. "As medidas preventivas estão em curso para evitar a escalada de tensões", diz a nota governamental.
Em novembro passado, por meio da Portaria nº 812, o Ministério da Justiça já havia autorizado, por 90 dias, o emprego da Força Nacional de Segurança Pública em apoio à Funai.
Diante do risco de novos ataques, equipes de prontidão e sobreaviso foram acionadas para intensificar o patrulhamento na área a fim de reforçar a segurança e auxiliar na realocação de moradores para áreas mais protegidas dentro da aldeia. "A situação permanece sob vigilância contínua pelas forças de segurança, com reforços programados para garantir a proteção da comunidade e mitigar novos riscos", informou o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A Superintendência da Polícia Federal do Paraná conduz as investigações para identificar os autores do ataque mais recente, enquanto a Polícia Militar auxilia a PL no policiamento ostensivo. "Todas as ações estão sendo conduzidas com máxima prioridade para evitar a repetição de episódios de violência", afirma o ministério.
Já a Guarda Municipal e a Funai acompanham a situação dos indígenas feridos, que foram encaminhados à Unidade de Pronto-Atendimento de Guaíra e ao Hospital Bom Jesus de Toledo, a cerca de 100 quilômetros do local dos disparos com arma de fogo.
HISTÓRICO RECENTE
O Cimi (Conselho Indigenista Missionário), vinculado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), tem denunciado o acirramento dos conflitos na região, num momento em que a comunidade aguarda a conclusão da demarcação da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá.
De acordo com a entidade, desde 29 de dezembro o povo Avá-Guarani tem sido alvo de disparos de arma de fogo, lançamento de bombas contra a aldeia e o ateamento de fogo na vegetação, em plantações e em moradias.
Todavia, há de ser lembrado que em outubro passado um grupo de indígenas invadiu fazendas localizadas no município de Guaíra, no oeste do Paraná, e feriu com paus e pedras dois agricultores que faziam o plantio da safra de verão. Na ocasião, os produtores também precisaram ser hospitalizados. (Foto: Divulgação Cimi)