O sonho foi bom enquanto durou, mas terminou em pesadelo, e agora o PT terá que substituir Luiz Inácio Lula da Silva às pressas se não quiser perder ainda mais tempo na disputa pela Presidência da República. Reunido em sessão extraordinária encerrada já no início da madrugada deste sábado (1º), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu, por maioria, que o ex-presidente não pode concorrer por força da Lei da Ficha Limpa, já que foi condenado em segunda instância no processo do triplex do Guarujá.

Sentenciado a 12 anos e um mês de prisão, Lula está recolhido desde 7 de abril na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. O cascavelense Luiz Fernando Pereira, um de seus advogados de defesa, chegou a pedir reiteradas vezes o adiamento do julgamento durante a sessão do TSE, mas sem sucesso.

Antes disso a presidente nacional do PT, a também paranaense Gleisi Hoffmann, emitiu nota afirmando que a inclusão do processo da candidatura do ex-presidente na pauta extraordinária do TSE representava "mais uma violência judicial contra Lula e o povo que quer elegê-lo", mas sua queixa também não foi levada em consideração.

O ministro relator Luís Roberto Barroso rechaçou o conteúdo das 180 páginas da defesa e propôs a impugnação da candidatura de Lula sob a justificativa de que a Lei da Ficha Limpa "não foi golpe" e desfruta de ampla legitimidade democrática. Também sugeriu prazo de 10 dias para a substituição do ex-presidente na chapa e vedou sua participação em atos da campanha.

Os ministros Og Fernandes, Admar Gonzaga, Tarcisio Vieira e Jorge Mussi seguiram o relator, enquanto o ministro Edson Fachin se posicionou a favor de Lula. Quando deu meia noite, o placar estava 5 a 1 e ainda faltava o voto da presidente Rosa Weber . Antes disso o PT já havia emitido nota informando que irá recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal), mas, a julgar por declarações já dadas por membros dessa corte, as chances de reverter a situação são nulas. (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/AGBR)