Como melhorar a qualidade de vida nos condomínios sem aumentar custos
Pedro Antônio Bernardi
Sobrevive e faz história quem é criativo, comunicativo, hábil, humilde e sensível. Muitos síndicos ficam restritos às funções burocráticas, alguns não fazem mais do que cobrar e assinar documentos e expedientes de rotina. Quem age dessa maneira está mais situado à era colonial do que vivendo na sociedade do bem estar comunitário e social. Pior: Não são poucos que transferem suas tarefas para zeladores e colaboradores.
Em vista de graves problemas na sociedade, como roubos, uso de drogas, condutas impróprias e criminosas, maledicências e perversidades, ampliam-se as funções, compromissos e responsabilidades dos síndicos. Diante da realidade brasileira, os síndicos recebem bons salários. Lembra-se que mais de 50% dos trabalhadores ganham um salário mínimo mensal - R$ 954,00. Portanto, requer-se novo perfil dos síndicos, considerando ser decisiva sua atuação para relacionamento harmonioso e integrado.
Dez passos visualizam funções, habilidades e competências que os síndicos devem possuir e desenvolver:
1.º Estimular a convivência, o lazer e a recreação. Clubes e círculos de amigos facilitam engajamento, integração e compatibilidade de valores e crenças, a par de consubstanciar grau de igualdade entre as pessoas e exercitar a diversidade de pensamentos e formas de julgamento.
2.º Promover ambiente de confiança e cultivar a interação com os moradores. Onde não há comunicação confiável e produtiva, há dúvidas, divergências e fendas entre os seres humanos que vivem próximos.
3.º Ser prestativo e voluntário para com todos, particularmente com idosos, portadores de deficiência e crianças. Essencial é o síndico superar expectativas e demonstrar a importância da solidariedade, bem estar, civismo, cumprimento de normas, bons costumes e respeito.
4.º Implantar um banco de dados que reúna informações históricas sistematizadas e documentos importantes para consulta, avaliação de desempenho, aferição da qualidade de ações e inter-relações humanas e profissionais.
5.º Exibir em um painel bem posicionado eventos, trabalhos, premiações, festividades e tudo o que é significativo para moradores.
6.º Prospectar o futuro, antecipar-se aos problemas, ser visionário e inspirar confiança para execução de obras em benefício comum.
7.º Ser solícito, tolerante, corajoso, íntegro, protetor, flexível e democrático.
8.º Agir sem sedução do poder. Saber organizar-se e demonstrar com eficiência, eficácia e efetividade necessidades coletivas.
9.º Ser discreto, evitar projeção pessoal ostensiva, tratar a todos indistintamente, aceitar sugestões e reconhecer as próprias limitações.
10.º Integrar as almas, os corações e as diferenças de cada morador. Esta é importante função do síndico para a felicidade pessoal, familiar e grupal no prédio.
Pedro Antônio Bernardi é economista, jornalista, professor, consultor de comunicação social, palestrante e escritor - pedro.professor@gmail.com