O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes encaminhou nesta terça-feira (26) o inquérito sobre a suposta tentativa de golpe, no qual foram indiciados o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas. E tomou uma decisão tão ou mais importante: retirar o sigilo do relatório elaborado pela Polícia Federal, o que deverá ensejar novos e apimentados materiais jornalísticos.

A documentação foi toda encaminhada à PGR (Procuradoria-Geral da República), cujo titular, o procurador Paulo Gonet, terá que fazer uma análise detalhada para definir se denuncia os implicados ao Supremo pelos crimes a eles imputados pela PF. Mas a expectativa é de que isso demore alguns meses, pois de 19 de dezembro a 1º de janeiro a PGR estará em recesso.

A investigação reuniu mensagens de celular, vídeos, gravações e depoimentos da delação premiada de Mauro Cid e está detalhada em um calhamaço com cerca de 800 páginas. Dentre outras coisas, a PF sustenta que Bolsonaro tinha "plena consciência" e "participação ativa" na trama golpista.

O caso poderá ser julgado pela Primeira Turma do Supremo, colegiado composto pelo próprio Alexandre de Moraes, mais Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Se maioria dos ministros aceitar a eventual denúncia, Bolsonaro e os outros acusados viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF.(Foto: Felipe Sampaio/STF)