Oposição bate o pé. De novo
Nada de novo na audiência pública realizada na Assembleia Legislativa para debater o projeto de privatização da Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná). Cumprindo o seu papel, a oposição "detonou" o projeto do governador Ratinho Junior, o que em nada nem a ninguém surpreende.
"É uma insensatez", abreviou o deputado cascavelense Professor Lemos, líder do Bloco PT-PDT na Casa, acrescentando que a medida representa uma ameaça à segurança dos dados dos cidadãos e órgãos públicos paranaenses - no que há controvérsias, pois se trata de uma companhia já de economia mista, sendo o Estado apenas o sócio majoritário.
"É uma empresa valiosa e lucrativa", frisou Arilson Chiorato, para logo em seguida deixar clara a verdadeira preocupação: assegurar a relocação dos atuais funcionários e garantir a manutenção de sua estabilidade no emprego. "Como ficam os funcionários?", reforçou o deputado federal Tadeu Veneri. Os jovens Renato Freitas e Ana Júlia foram na mesma linha.
Você que está lendo este despretensioso comentário deve estar achando estranho, pois não apareceu ninguém defendendo o projeto. Pois saiba que isso não aconteceu, pois a audiência foi uma ação exclusiva da oposição na Alep para repetir a velha prática de dar uma satisfação à companheirada do serviço público. Não há nada de errado nisso, claro, mas melhor seria se a oportunidade tivesse servido para aprofundar o debate sobre a real situação da Celepar.
De outro lado, isso não significa que o Executivo e a ala governista do Legislativo devam ser inteiramente poupados de uma análise crítica sobre o tema, pois, salvo engano, não a nada que justifique a tramitação em regime de urgência de tal projeto, que já passou pelo crivo das comissões técnicas e está na iminência de ser levado a plenário - e aprovado, claro. (Foto: Orlando Kissner/Alep)