Por um Judiciário sem privilégios
Um dia depois do afastamento de nada menos que cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, todos suspeitos de envolvimento em um esquema de venda de sentenças, o ex-deputado federal paranaense Rubens Bueno (Cidadania-PR) voltou a cobrar, nesta sexta-feira (25), a instalação de uma comissão especial na Câmara para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC-163/2012) de sua coautoria, que acaba com a aposentadoria compulsória como medida disciplinar a afastados da magistratura por envolvimento em atos de corrupção ou por cometerem outras irregularidades graves no exercício da função.
"Essa PEC é de suma importância para acabarmos com esse privilégio e restabelecermos o respeito. Os desembargadores afastados no Mato Grosso do Sul vão acabar sendo premiados com a aposentadoria compulsória, recebendo seus salários sem trabalhar. Isso precisa acabar", defendeu Bueno, lembrando que sua proposta foi aprovada pela CCJ da Câmara ainda em 2022.
"Já são 12 anos aguardando a votação dessa matéria. Nossa PEC veda a concessão de aposentadoria como medida disciplinar e estabelece a perda de cargo de magistrado nos casos de quebra de decoro. Hoje, magistrados que cometeram delitos deixam de trabalhar e tem direito a receber aposentadoria com proventos proporcionais, mesmo tendo usado o cargo para benefício pessoal", ressaltou Bueno.
Ele ressaltou, ainda, que há anos há uma luta em vão pela aprovação desta e de outras medidas moralizadoras do Judiciário, como é o caso do fim dos supersalários. "Esse privilégios custam bilhões aos cofres do País. São benesses, auxílios e tratamentos diferenciados que não deveriam existir e, se existem, precisam acabar. Já aprovamos aqui na Câmara, por exemplo, o projeto que barra os supersalários no serviço público. Agora, trabalhamos para que seja votado no Senado", reforçou. (Foto: Divulgação)