As pesquisas eleitorais falsas
A cada nova campanha fica mais claro o uso indevido das pesquisas eleitorais com números "fabricados" sob encomenda para este ou aquele candidato ou partido. Em Cascavel mesmo, na recente eleição vimos números para todos os gostos, o mesmo ocorrendo em um grande número de outras cidades paranaenses de grande, médio e pequeno portes.
Isso motivou o deputado Ricardo Arruda a protocolar projeto na Assembleia Legislativa propondo a aprovação de uma lei fixando sanções administrativas ainda mais severas aos institutos de pesquisa. A ideia, em síntese, é combater essa prática mirando, sem dó nem piedade, a parte mais sensível dos que vivem da esperteza: o bolso.
"É essencial que existam mecanismos de responsabilização para os institutos de pesquisa que falharem na sua função de fornecer dados precisos e confiáveis", sustenta o deputado ao justificar seu projeto, que propõe até mesmo a cassação da autorização para o exercício da atividade.
"A divulgação de resultados imprecisos pode distorcer a percepção sobre os candidatos e as eleições, prejudicando o processo democrático. Portanto, ao estabelecer penalidades para a divulgação de pesquisas imprecisas, contribuímos para um ambiente político mais saudável, onde a transparência e a confiança nas instituições são priorizadas", acrescenta Arruda.
Vale lembrar que a legislação atual já contempla este assunto, fixando em pouco mais de R$ 100 mil a multa por essa prática. Mas, por expressivo que seja, esse valor é irrisório se comparado ao tamanho do tal Fundo Eleitoral, bancado com dinheiro do próprio eleitor e que chegou neste ano a absurdos R$ 4,9 bilhões.
A ideia em si é ótima, sem dúvida, mas ficaria ainda melhor se prevesse punições severas também aos políticos que costumam se beneficiar dessa prática criminosa - e também para quem as divulga, independente de quem seja. Afinal, se não há quem paga pelas pesquisas falsas, não há quem as faça. (Imagem: Justiça Eleitoral)