Projeto busca impulsionar produção de tilápias no PR
Lançado em maio deste ano por Sebrae/PR, Unioeste e IDR-Paraná, o projeto Tilápias do Oeste do Paraná trabalha para impulsionar o setor região, que já concentra 85% da produção paranaense de peixes, respondendo por 180 mil das 213 mil toneladas geradas no Estado ao longo de todo o ano passado.
O projeto visa otimizar a cadeia produtiva, fornecendo consultorias técnicas e capacitações para produtores e frigoríficos. Entre os principais benefícios previstos estão a organização da produção, previsibilidade de biomassa de abate, fidelização dos fornecedores e a melhoria no rendimento de carcaça.
No setor de frigoríficos, as ações incluem a implantação de programas de autocontrole, desenvolvimento de manuais de qualidade, treinamentos em boas práticas de fabricação e consultorias tecnológicas.
Emerson Durso, consultor do Sebrae/PR, destaca a importância dessas iniciativas. "Mapeamos os pequenos frigoríficos da região e estamos atuando com cinco deles no projeto. São duas frentes de trabalho: uma direta nos frigoríficos, onde o foco é a consultoria para adequação às normas do selo Susaf, que permite a venda do produto em todo Estado. Na outra, atuamos diretamente com os produtores indicados pelos frigoríficos, enfatizando consultorias mensais para melhorar o manejo e aumentar a produtividade", explica.
Entre os produtores beneficiados pelo projeto está Maikon Hilgert, de Missal, que no ciclo de 2023/2024 produziu 7,5 milhões de juvenis para distribuição a 117 clientes. Para o ciclo 2024/2025, com as melhorias implantadas por meio do projeto, a expectativa é de 11 milhões de juvenis a serem distribuídos para 130 clientes.
Dayane Lenz, engenheira de pesca e extensionista do IDR-Paraná em Toledo, ressalta os impactos positivos do projeto. "O grande salto no volume de produção ocorreu após a implantação dos sistemas de integração dos produtores com as cooperativas e serve de exemplo para todo o País, mas também temos produtores menores que atuam de maneira independente e representam um importante nicho no mercado regional. Para que esses arranjos sejam bem-sucedidos e a cadeia de produção perdure, tanto os frigoríficos quanto os produtores necessitam de suporte em gestão, boas práticas e técnicas de produção e, tratando-se dos frigoríficos, regularização para que consigam ampliar o seu mercado e expandir a produção - e é isso que queremos com o Projeto", esclarece.
Aldi Feiden, doutor em Ciências, professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca da Unioeste, também reforça. "Com a adesão de mais frigoríficos de pescado ao Susaf, amplia-se a área de comercialização dos frigoríficos para os seus produtos, fazendo com que estes possam comprar mais peixes para abate. Com isso, os produtores terão também possibilidade de produzir mais peixes para comercialização nestes frigoríficos. Assim, a piscicultura poderá crescer ainda mais", destaca. (Foto: Jonathan Campos/AENPR)