A democracia em frangalhos
J. J. Duran
É sempre difícil opinar sobre o debate político, e ainda mais quando se trata de um falso debate, na realidade um ridículo momento no qual virtudes inexistentes são colocadas na vitrine na intenção de conquistar a simpatia do eleitor.
A cosmética é bonita, mas ordinária, e raras vezes se vê, em uma gestão governamental, o que se ouve num pseudo debate, pois o cinismo é marca presente em todo caminhar rumo ao pote de ouro.
Terminadas as eleições, os desprevenidos de plantão rasgam as vestes de tão escandalizados pela quantidade de pessoas que optaram por silenciar suas vozes nas urnas - só em Cascavel foram mais de 60 mil -, num ato de repulsa à escassa credibilidade dos partidos políticos e seus agentes.
Cabe principalmente aos vereadores recém-eleitos ou reeleitos a primordial tarefa de resgatar a credibilidade perdida, que aumentou sobremaneira diante da recente polarização política do País e suas feridas profundas.
No caso da nossa cidade, é inegável que o prefeito Leonaldo Paranhos usou seu capital político para formar um novo grupo de poder, um tanto confuso e nem sempre leal no aspecto ideológico, mas intimamente ligado ao seu mentor.
Atual vice-prefeito e eleito como sucessor de Paranhos com expressiva votação, Renato Silva tem todas as qualidades para imprimir em sua gestão os mais altos e benéficos objetivos de seu plano de governo.
Já àqueles que deram a cara a tapa e não se elegeram, cabe retomar seus quotidianos com o sentimento do dever cumprido e ajudar a cidade a continuar se desenvolvendo. (Foto: AENPR)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário de Cascavel e do Paraná