A timidez como obstáculo
É uma pena que seja assim, mas as mulheres, que são maioria no eleitorado brasileiro (52,5% contra 47,5% dos homens, segundo o mais recente balanço oficial do TSE), seguem pecando pelo excesso de timidez quando o assunto é política.
Nas eleições municipais deste ano elas até conquistaram um avanço no número de vagas conquistadas nas câmaras municipais do País todo, mas saltaram de 16,13% para apenas 18,24% no comparativo com o pleito de quatro anos atrás. Isso explica o fato de terem ficado com apenas 1.232 das 58.309 cadeiras colocadas em disputa nas eleições do último domingo (6).
No Paraná, enquanto para a Câmara de Curitiba estarão representadas a partir de 1º de janeiro pela maior bancada da história (12 das 38 vagas), na de Cascavel perderam exatos 50% do espaço que ocupam na atual legislatura, pois Beth Leal (que não se reelegeu) e Liliam Porto (que disputou a Prefeitura) encerram seus atuais mandatos em 31 de janeiro e, depois disso, a única vereadora Beatriz de Alcântara Silva.
Eleita pelo PT e com apenas 22 anos de idade, o que é um recorde na história política da cidade, Bia, como é conhecida, veio da Capital do Estado com apenas 7 anos de idade e está no quarto ano do curso de Ciências Sociais da Unioeste, mas no campus da vizinha cidade de Toledo.
Para ir pegando o fio da meada e não estrear no exercício do mandato sem experiência alguma, ela fez dois anos de estágio na Procuradoria da Mulher da Câmara de Cascavel, fato determinante para que decidisse sair candidata. "Fui realmente de estagiária a vereadora", confessa Bia, que em 2016, ainda com 14 anos de idade, participou ativamente do movimento que levou à ocupação de várias escolas paranaenses. (Foto: Divulgação)