Ministro define hidrelétricas como pulmão do setor elétrico
Mesmo com o forte crescimento de novas fontes de energia renováveis, como solar, eólica e biomassa, as hidrelétricas continuam sendo o motor energético do País. Foi o que disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ao conceder uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (2), durante as reuniões ministeriais do G20, grupo formado pelas 20 maiores econômicas do mundo, em Foz do Iguaçu. O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri, acompanhou o ministro e também concedeu uma coletiva.
"O pulmão do nosso setor elétrico ainda são as nossas hidrelétricas, [elas] ainda são o motor hídrico da nossa segurança energética", afirmou Alexandre Silveira, valorizando a decisão do presidente Lula de determinar a construção das hidrelétricas de Jirau, Belo Monte e Santo Antônio, em seus primeiros mandatos, e a pujança da Itaipu, que atende a 10% da demanda nacional.
Por cerca de uma hora, o ministro respondeu às perguntas dos jornalistas e fez uma explanação sobre as políticas do Governo Federal relacionadas à transição energética, considerada um tema-chave nos debates do G20 em 2024, ano em que o Brasil assume a presidência do grupo. Alexandre Silveira também destacou o posicionamento do País nas negociações internacionais sobre o tema, especialmente em relação ao financiamento mundial e à necessidade de uma governança global sobre a transição energética.
O ministro comentou sobre o crescimento das matrizes eólica, solar e biomassa e disse que o Brasil está preparado para receber essa nova produção de energia. "Somos o único país transcontinental do mundo que tem 187 mil quilômetros de linhas de alta tensão, interligando 26 estados. E o presidente Lula já deu a ordem de serviço para interligar o último estado da federação, Roraima. Vamos inaugurar a obra, interligando 100% do Brasil ao Sistema Interligado Nacional", informou Silveira.
Em sua análise, o Brasil já é líder mundial nos biocombustíveis e deve "exportar sustentabilidade" nos próximos anos. Agora, segundo ele, o País caminha para o desenvolvimento de uma nova indústria, com a produção de petróleo sintético para a fabricação de combustível sustentável para aviação, o SAF (Sustainable Aviation Fuel). Na próxima terça-feira (8), o presidente Lula deve sancionar o Projeto de Lei 528/2020 - Combustível do Futuro, que regulamenta o setor.
A primeira planta de SAF do País foi inaugurada em junho deste ano, na Itaipu Binacional. O projeto piloto foi instalado na Unidade de Demonstração de Biogás e BioSyncrude, na Central Hidrelétrica Itaipu. O petróleo sintético é fabricado a partir do biogás. No futuro, o País poderá exportar esse novo combustível e ajudar na descarbonização o setor aéreo.
TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
Segundo Enio Verri, a Itaipu irradia na região as diretrizes e políticas do Governo Federal, especialmente nas ações ambientais em sua área de influência e nas políticas sociais, para que o processo de transição energética seja justo e inclusivo. "A Itaipu está absolutamente vinculada ao debate da transição energética, ao debate de fortalecimento e do financiamento de políticas públicas, que visem favorecer esse período de transição", afirmou o diretor.
Enio Verri destacou ações como o programa Itaipu Mais que Energia, que ampliou a área de atuação da empresa para os 399 municípios do Paraná e 35 do Mato Grosso do Sul, com uma série de iniciativas socioambientais na região. Em relação às novas matrizes energéticas, além dos biocombustíveis e do petróleo sintético, ele comentou sobre o projeto de produção de energia solar no fio d’água do reservatório, criando uma nova fonte de energia, sem prejudicar o meio ambiente. (Foto: William Brisida/Itaipu)