Se fosse perguntado a cada um dos 21.808 brasileiros entrevistados de 5 a 28 de junho deste ano pelo DataSenado/Nexus Instituto de Pesquisas o que é ser de "direita" ou de "esquerda", muito provavelmente uma grande maioria não saberia responder sem pestanejar o real significado desses termos, surgidos durante a Revolução Francesa de 1789 e que se transformaram em uma espécie de moda no debate político universal, mas cujo uso é feito mais para rotular adversários com tom pejorativo do que propriamente para definir a verdadeira ideologia política de cada um.

Tão abrangente pesquisa serviu para mostrar que, apesar do ferrenho e constante debate nas redes sociais - que absorvem essa conversa em espaço bem maior que os vídeos proibidos e as insossas propagandas de receitas mágicas para emagrecimento -, praticamente metade dos brasileiros não está nem aí para esse assunto. Prova disso é que 45%% das pessoas ouvidas preferiram "lavar as mãos", enquanto 29% se disseram de direita, 15% de esquerda e 11% de centro.

DIVISÃO POR ESTADO

A pesquisa serviu para traçar o perfil de cada um dos 26 Estados e do Distrito Federal e o Paraná, como era de se esperar, apareceu bem classificado entre os com maior fatia de eleitores que se considera de direita. O ranking ficou assim: Rondônia (41%), Santa Catarina (37%), Paraná (36%), Mato Grosso (também 36%) e Roraima (35%). Já a classificação dos estados com maiores parcelas de eleitores de esquerda ficou assim: Pernambuco (18%), Rio Grande do Norte (18%), Ceará (17%), Bahia (16%) e Mato Grosso do Sul (também 16%).

"Embora haja diferenças entre os segmentos, em todos a direita prevalece, à frente da esquerda e do centro, com exceção do grupo sem religião ou de brasileiros de religiões que não são a católica ou a evangélica", sintetizou Marcelo Tokarski, CEO da Nexus. (Foto: Reprodução)