Mulheres aumentam participação no mercado de trabalho paranaense
Em abril deste ano, a coronel Audilene Rocha se tornou a primeira mulher a assumir o comando da Polícia Militar do Paraná, instituição que já completou 163 anos de existência. Mas sua ascensão não é o único motivo para as mulheres paranaenses comemorarem sua ascensão no Estado.
Pesquisa com base nos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela que nos últimos seis anos cresceu 6,13% o número de mulheres ocupadas no Paraná, enquanto o de homens aumentou bem menos: 1,66%.
Desde 2012, 136 mil mulheres entraram no mercado de trabalho do Estado e quase dois milhões no País. No primeiro trimestre de 2012, elas eram 42,4% do total de pessoas ocupadas no Brasil, índice que em 2018 subiu para 43,4%.
Para o presidente do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), Júlio Suzuki, a recessão gerou um cenário em que as mulheres tiveram que sair para ajudar na renda familiar. Porém, em um processo de crise muito grave elas têm se destacado.
"A inserção crescente da mulher no mercado de trabalho é um movimento global. Diante da crise nacional, principalmente nos dois últimos anos, houve um processo de busca por trabalho alternativo. Isso fica muito claro no caso da mulher, que demonstrou uma grande capacidade para diversificar e conseguir renda", explica Suzuki.
Esse processo fica ainda mais nítido quando se observa o número de horas trabalhadas. Segundo a pesquisa do IBGE, de 2012 a 2018 as mulheres tiveram um aumento de 35,6 horas semanais para 36 horas. Já os homens apresentaram uma redução de 42,4 para 40,8 horas semanais no mesmo período.
RENDIMENTO
No primeiro trimestre de 2012, as mulheres ganhavam o equivalente a 67,9% do rendimento masculino. Já no segundo trimestre de 2018, este percentual passou para 75,2%. "Essa lacuna vem diminuindo e a mulher tem se preparado para isso. Em média ela estuda mais do que o homem e esses anos de estudo permitem maior inserção e melhores salários", acrescenta o presidente do Ipardes.
A pesquisa do IBGE mostra que o rendimento médio recebido pelas mulheres no segundo trimestre deste ano foi é 51,88% maior que no primeiro trimestre de 2012 - passando de R$ 1.300 para R$1.976. Apesar de ganharem menos, o rendimento delas melhorou, nesses seis anos, mais que o dos homens. Com isso, a diferença caiu para cerca de 28%.
Segundo Suzuki, entre os fatores que explicam essa diferença salarial estão a discriminação no mercado do trabalho e a falta de oportunidades iguais em cargos de poder, que demandem salários mais altos. "Muitas trabalham no serviço doméstico e recebem salários menores", lembra. (Foto: Arquivo)