Uso do logo de esgoto na agricultura promove sustentabilidade ambiental
Desconhecido da maioria, mas já desenvolvido no Paraná há mais de uma década, o programa de uso do lodo de esgoto na agricultura, como prática de sustentabilidade social econômica, já é uma realidade embora ainda não suficientemente difundida. Na microrregião de Foz do Iguaçu, por exemplo, ele existe desde 1998.
Esse programa foi um dos destaques do 6º Fórum de Agricultura da América do Sul, realizado quinta-feira e ontem, em Curitiba. A apresentação coube à diretora de Meio Ambiente da Sanepar, Fabiana Campos, que mediou o painel "Meio ambiente: não basta produzir ou preservar. É preciso ser sustentável, na preservação e no abastecimento".
Segundo ela, hoje já existem 41 unidades de gerenciamento do lodo em todo o Estado, que só no ano passado geraram 27.700 toneladas aplicadas em 1.805,86 hectares de 78 agricultores.
Fabiana explicou como é o processo operacional do resíduo gerado nas estações de esgoto e quais benefícios para os agricultores. O projeto é reconhecido como boa prática de gestão sustentável dos recursos naturais por uma publicação especializada do Programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente e atende aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
RICO EM NUTRIENTES
Por ser resultante da decomposição do esgoto pela ação de bactérias, o lodo é rico em carbono e em nutrientes, o que ajuda na recomposição de matéria orgânica e fertilidade do solo. A sua utilização é regulamentada por leis federal e estadual, que estabelecem parâmetros de sanidade, substâncias orgânicas e metais pesados.
O lodo pode ser utilizado em diversas culturas como soja, milho, trigo, aveia, café, laranja, amoreira e cana-de-açúcar. Mas seu uso é proibido em hortaliças, pastagens, cultivo de batata, mandioca e outros produtos in natura.
Antes da aplicação, são feitas análises do lodo e do solo. Somente após a Autorização Ambiental dada pelo IAP é que o lodo pode ser liberado para os agricultores. A quantidade a ser aplicada por área varia em função da cultura, do solo e dos nutrientes presentes em cada lote. (Foto: Sanepar)