No Paraná: Lula chora e ataca Moro, que revida
A antiga Operação Lava Jato deu o tom de boa parte da visita de Luiz Inácio Lula ao Paraná nesta quinta-feira (15). Procedente do Rio Grande do Sul, ele veio anunciar a retomada das operações da Fábrica de Fertilizantes Araucária Nitrogenados, na Região Metropolitana de Curitiba, que voltará a produzir ureia, amônia e agente redutor líquido automotivo no segundo semestre de 2025, gerando cerca de 2 mil empregos.
Em entrevista à Rádio T antes de iniciar a agenda oficial, o presidente disse ao comunicador João Barbiero que se sentia "muito à vontade em Curitiba", apesar de ser onde ficou preso por 580 dias, entre 2018 e 1019. E revelou que planeja voltar à cela onde permaneceu esse tempo todo.
"Eu ia fazer uma visita na cela que eu fiquei preso. Eu só não vou hoje porque a Janja não tá comigo, ela queria ir comigo. E a Neudi, que é uma das companheiras que organizava a vigília, também não pode ir. E eu vou querer vir aqui visitar a cela onde eu estive preso, porque eu acho que eu não vou esquecer os 580 dias", afirmou Lula.
Mais tarde, já no ato na fábrica de fertilizantes, ele chorou ao voltar a tocar no assunto e aproveitou para alfinetar o ex-juiz Sergio Moro, que decretou a sua prisão. "Vou perto daquele juiz insignificante, dos procuradores que faziam parte de uma quadrilha dentro do Ministério Público. Eu vou lá provar minha inocência", disparou.
MORO REBATE
Ao tomar conhecimento do fato, o hoje senador Sergio Moro aproveitou para rebater Lula. "Vou lembrar aqui ao presidente que ele jamais provou a sua inocência para mim ou ao povo brasileiro. Foi apenas beneficiado por uma mais do que questionável anulação formal de suas condenações. Sua culpa havia sido reconhecida por magistrados de três instâncias. A população sabe a verdade: a Petrobras foi saqueada durante o seu governo e pelos diretores que nomeou. Agora Lula, que, segundo seu próprio vice, "voltou ao local do crime", cuida de desmantelar os mecanismos de prevenção à corrupção, como seu atual governo fez com a lei das estatais", escreveu. (Fotos: AGBR)