O tema dominante desde as primeiras horas desta quarta-feira (14) na imprensa brasileira é uma denúncia do jornal Folha de S. Paulo dando conta que Alexandre de Moraes usurpava de seus poderes de ministro do STF e "escolhia" pessoas a serem investigadas pelo TSE, quando presidia este Tribunal, nos inquéritos relativos às fake news e às milícias digitais.

O jornal publicou mensagens atribuídas aos juízes Airton Vieira (STF) e Marco Antônio Vargas (TSE) e a Eduardo Tagliaferro, então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, indicando que o TSE foi "usado como braço investigativo do gabinete do ministro no Supremo", num "fluxo fora do rito envolvendo os dois tribunais".

A denúncia sugere que Moraes comandou um esquema nos dois tribunais de forma a atingir pessoas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Diante disso, a oposição no Congresso Nacional decidiu apresentar um pedido de impeachment de Moraes, mas apenas em setembro, pois aguarda novos conteúdos que possam ser publicados pela Folha.

OUTRO LADO

Em resposta ao jornal, Alexandre de Moraes emitiu nota rebatendo a acusação e afirmando que "todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria Geral da República".

A nota também diz que "nos termos regimentais, diversas determinações, requisições e solicitações foram feitas a inúmeros órgãos, inclusive ao Tribunal Superior Eleitoral, que, no exercício do poder de polícia, tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas, como desinformação, discursos de ódio eleitoral, tentativa de golpe de Estado e atentado à Democracia e às Instituições". (Foto: Marcelo Camargo/AGBR)