O gibi dos otários
J. J. Duran
No lado bom da política, que é o nosso, tudo fazemos por amor ao povo e à democracia; do lado dos outros, que é a oposição irracional, burra, tudo fazem pela sede de se apoderar do cofre das joias da coroa.
A nós o voto, para que possamos seguir investindo neste País que tanto queremos e na defesa dos mais carentes; a eles, a repulsa.
E entre as nossas verdades e as mentiras da oposição, o que nos resta? Nada, além de matizes descoloridos desses absurdos e de dissidentes do passado que voltam para salvar as empresas dos amigos financiadores de suas campanhas.
Sem nossa desinteressada participação, nem pensar na prosperidade futura das famílias para que superem as vacas magras sem a ajuda de nossa republicana Prefeitura.
Frente ao ato eleitoral que se aproxima, temos que ser menos tolerantes e falsos e mais racionais, e saber que todos fomos responsáveis por todas as obras que o poder público construiu na cidade e que são uma espécie de combustível para que a velha e carcomida oposição use para incendiar os espíritos dos eleitores.
Com visão utópica, caro leitor, vamos imaginar que com seu voto vamos seguir caminhando rumo a um futuro de inclusão, com uma sociedade sem pobres, nem gente morando na rua, filas nos hospitais... Seremos todos felizes.
Compreendamos que aqueles que deram o seu apoio à nossa campanha fiquem ansiosos para que inauguremos creches suficientes para que nenhum futuro eleitor fique de fora da atenção do Estado.
Temos que silenciar as vozes delirantes que inventam e falam do servilismo parlamentar.
Temos que acabar com a calúnia dos velhos opositores, que silenciam o grito de repulsa à corrupção.
Que nenhum opositor mal intencionado ou dissidente tresnoitado diga que este gibi é dos otários, pois contamos com seu voto para seguirmos sendo o que sempre fomos: delirantes sem futuro político. (Ilustração: Thiago Fagundes/Agência Câmara)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário de Cascavel e do Paraná