Pais e mães acadêmicos ganham mais prazo para concluir cursos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de tornar lei o projeto aprovado pelo Congresso Nacional prorrogando, por um período de no mínimo seis meses, os prazos de conclusão de cursos ou de programas para estudantes e pesquisadores da educação superior que tiverem essa necessidade em virtude de circunstâncias específicas como maternidade, paternidade ou guarda de menores.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o projeto tem um papel muito importante relacionado à inclusão das mulheres e ao fortalecimento da pesquisa e da educação no País. "Foram dois compromissos assumidos: incluir cada vez mais as mulheres e retomar o investimento na ciência, tecnologia e pesquisa", disse.
De acordo com a deputada Talíria Petrone, proponente da lei, isso será de grande relevância. "Uma licença de 180 dias garante, entre outras coisas, a prorrogação do prazo para defesa de mestrado e doutorado. Essa licença também se estende para pesquisadores da graduação. No caso da parentalidade atípica, a sugestão do projeto é a ampliação desse prazo e a gente chamou esse projeto de Mães Cientistas. Eu sou parlamentar, mãe de dois, e também sou mestre, pesquisadora. A gente sabe que muitas mulheres, quando chegam a uma determinada fase da vida, têm que decidir se seguem suas pesquisas acadêmicas ou se cuidam dos seus filhos. Então, essa é uma vitória da ciência brasileira, uma vitória da ciência, tecnologia, da educação e, em especial, das mães brasileiras", destacou.
VIDA ACADÊMICA
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos, que também é mãe, afirmou que a desistência das mulheres na vida acadêmica é uma realidade que não pode ser ignorada. "Nós somos a maioria nas universidades acadêmicas. A gente começa com 65% da bolsa de iniciação científica, e quando vai para a bolsa de produtividade, que é o pico da carreira da ciência, a gente afunila para 35%, revelando que, no meio do caminho, há desistências e a política de cuidados que recai sobre as mulheres. Ou seja, as mulheres que optam por serem mães são punidas no seu tempo de entrega dos seus trabalhos acadêmicos", argumentou. (Foto: Freepik)