Um encontro de cúpula que será aberto neste sábado (6), em Balneário Camboriú (SC), está mexendo com a temperatura política e produzindo até efeitos outrora inesperados. Trata-se da versão brasileira do CPAC (Conservative Political Action Conference), que reúne políticos de direita dos EUA em congressos anuais desde 1973 e foi realizado em nosso País pela primeira vez em 2019.

A confirmação da presença de Jair Bolsonaro (que fecha a semana sendo indiciado pela Polícia Federal no caso das jóias) e do presidente argentino Javier Milei, um desafeto declarado de Luiz Inácio Lula da Silva, fez com que o Itamaraty suspendesse a vinda do atual presidente brasileiro ao Estado vizinho, que também estava marcada para este fim de semana.

O encontro com Bolsonaro e Milei e a agenda de Lula, que estaria em Itajaí, aconteceriam praticamente ao mesmo tempo em duas cidades separadas por apenas 15 km de distância, o que poderia ensejar manifestações populares contra o atual presidente brasileiro, que perdeu o segundo turno da eleição de 2022 para seu antecessor por larga margem de votos entre os catarinenses: 69,27% a 30,73%.

Mas como "o vento que venta aqui é o mesmo que venta lá", o governo argentino já avisou que Milei não irá ao Paraguai para a próxima reunião do Mercosul, que tem na presidência justamente Lula. (Fotos: Marcos Corrêa e Ricardo Stuckert/PR)