Você precisa saber disso
A recente prisão de Chiquinho Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido ainda em março de 2018, trouxe à luz mais um desses escárnios praticados com o uso do dinheiro público no Brasil.
Mesmo sem poder comparecer à Câmara, esse deputado carioca continua a ser regiamente pago pela Casa. Só em salário seu custo é de R$ 44 mil brutos mensais, mas aí vêm as chamadas verbas de gabinete, salários de assessores e outras benesses.
Mas saiba que apenas os dez deputados federais que ficaram temporariamente presos ao longo da última década custaram aos cofres públicos soma próxima de R$ 2,9 milhões. Repetindo: mesmo atrás das grades e, portanto, fazendo absolutamente nada, eles continuaram sendo regiamente pagos com o sagrado dinheiro do contribuinte.
Além de Chiquinho Brazão, também se beneficiaram desse absurdo Natan Donadon, de Rondônia; Celso Jacob e Daniel Silveira, ambos também do Rio de Janeiro; Paulo Maluf, de São Paulo; e João Rodrigues, de Santa Catarina.
Questionada sobre o assunto, a direção Câmara alegou, em nota, que suspender os pagamentos a um deputado preso "seria antecipar os efeitos de eventual condenação, o que seria incompatível com o princípio de presunção de inocência, da ampla defesa e do contraditório". Convenhamos: é "menos pior" ler isso do que ser cego. (Foto: Reprodução)