Virou pecado ser cristão?
Com a Bíblia aprendemos que cada ser humano tem o direito de escolher o caminho a trilhar, e isso é reiterado por diferentes religiões, como o cristianismo, o espiritismo, o budismo... É o tal livre arbítrio, que torna cada um de nós uma espécie de dono do seu destino e, consequentemente, responsável por suas próprias escolhas.
Mas, para perplexidade da maioria esmagadora (quase 90% dos brasileiros são cristãos, de acordo com o IBGE), o tal mundo moderno cada dia nos dá mais demonstrações de que, para alguns, a fé é coisa retrógrada, quando não uma espécie de "doença contagiosa".
Talvez isso explique o fato de o Tribunal de Justiça do Paraná ter acatado proposição da Procuradoria-Geral do Estado e determinado, por 15 votos a 9, que a Câmara de Vereadores de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, abstenha-se de fazer a leitura de um pequeno texto bíblico na abertura das sessões.
Tudo bem que a Constituição Federal diz que o Brasil é um Estado laico e, portanto, deve manter posição neutra em relação às diferentes religiões, mas daí a proibir esse tipo de coisa é um rigor que não entra na cabeça e nem no coração de quem realmente almeja o bem do próximo, como bem entenderam os desembargadores derrotados nessa votação.
Ou será que é pior ouvir uma frase bíblica do que discursos enfadonhos em defesa de orçamento secreto, emendas impositivas e homenagens a figuras que não têm o reconhecimento nem de si próprias, além de outras coisas muito mais graves praticadas não no plenário, onde são feitas as sessões, mas nos gabinetes parlamentares? (Foto: Reprodução)