Após 16 anos, desrespeito à Lei Seca salta aos olhos
Um balanço apresentado pela Transitar nesta quarta-feira (19), data em que a Lei Seca completa 16 anos de vigência, mostra que ainda é grande o número de motoristas de Cascavel que não estão nem aí para ela e acabam pagando um alto preço por isso.
Com auxílio da Guarda Municipal e da Polícia Militar, a autarquia encarregada do trânsito passou a intensificar em 2022 a fiscalização nas ruas da cidade. Por conta disso, o número de notificações por embriaguez ao volante saltou de 71 para 439 em apenas um ano. Já em 2023 esse número fechou em 670, o que corresponde a um aumento de nada menos que 52%. Neste ano, de janeiro até a primeira quinzena de junho já foram feitos 244 flagrantes.
"Quando não temos capacidade operacional de realizar operações em vários pontos nos bairros, fazemos blitze em pontos estratégicos, que abrangem vários bairros", explica a presidente da Transitar, Simoni Soares, após revelar que a maioria dos infratores não reside no centro. Ela lembra que quem é flagrado dirigindo embriagado é multado em nada menos que R$ 2.934,70 e tem a carteira suspensa por 12 meses.
O balanço também revela que os motoristas mais jovens consomem bebida e dirigem com frequência menor que aqueles acima dos 30 anos. A maioria dos flagrantes envolve pessoas do sexo masculino e que, muitas vezes, nem tiraram a CNH ou estão com ela suspensa ou cassada em decorrência do excesso de multas.
CENÁRIO AINDA PIOR
A Transitar alerta ainda para o fato de que os números de óbitos e sinistros envolvendo condutores alcoolizados são subestimados, visto que não é feito o teste de alcoolemia quando o condutor vem a óbito ou é encaminhado para atendimento hospitalar. Porém, estima-se que muitos desses sinistros são frutos justamente da combinação de bebida e direção.
Sinistros cada vez mais comuns, como bater em veículo estacionado, subir em canteiros/calçadas/imóveis e casos de fuga levam à suposição de que o condutor está embriagado. Já nas abordagens por rachas, manobras perigosas e fuga das blitze a embriaguez está em praticamente 100% dos casos.
"O que é mais preocupante é que esses números são apenas uma amostra da imprudência dos condutores que assumem o risco adotando essa conduta, e só teremos uma mudança efetiva se houver conscientização", finaliza Simoni. (Foto: Divulgação Transitar)