Estudo prevê renovação de apenas 25% da Câmara dos Deputados
Técnicos do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) se puseram a calcular e chegaram à conclusão de que a cada 100 dos atuais 513 deputados federais, apenas 25 não irão renovar seus mandatos. Isso, no entanto, está distante de significar que o eleitorado está mais criterioso que em pleitos anteriores. Como nada menos que 21% deles não se lançaram candidatos à reeleição, na prática, apenas 4% irão para casa por insuficiência de votos.
De acordo com o Diap, o número de candidatos à reeleição (407) na Câmara ficou um pouco abaixo da média dos sete pleitos imediatamente anteriores (408), porém maior que na eleição de 2014, quando 387 tentaram renovar seus mandatos.
Dos 106 que não vão tentar renovar os atuais mandatos, 31 não vão concorrer a nenhum cargo neste pleito - dentre eles os paranaenses Dilceu Sperafico e Nelson Meurer - e 75 disputarão outros cargos: 40 ao Senado, 11 a vice-governador, nove a governador, sete a deputado estadual, seis a suplentes do Senado e dois à Presidência da República.
Na avaliação do analista político Neuriberg Dias, um dos autores do levantamento, a expectativa e o sentimento da população por renovação na Casa serão "frustrados" neste pleito. "O perfil do Congresso Nacional será mantido", resume.
O estudo indica também que as mudanças na legislação que reduziram o tempo de campanha de 90 para 45 dias e do período eleitoral gratuito de 45 para 35 dias são fortes motivos para a baixa renovação da Câmara.
"As mudanças na legislação eleitoral com a criação do fundo eleitoral e a janela partidária (período no qual foi permitida a troca de partido sem perda de mandato) permitiram aos deputados e senadores negociarem melhores condições na disputa da reeleição, como prioridade no horário eleitoral e na destinação dos recursos do fundo eleitoral", avalia o Diap. (Foto: Marcelo Camargo/AGBR)