Estiagem faz Itaipu ter a menor produção de energia desde 2001
A Usina de Itaipu fechou o semestre, pela quarta vez desde quando entrou em operação, em 1984, com a produção de mais de 50 milhões de megawatts-hora (MWh). Toda essa energia seria suficiente para atender a demanda de energia elétrica do planeta por 19 horas; do Brasil, por 39 dias; ou do Estado do Paraná, por um ano e oito meses.
Nos últimos três meses, no entanto, uma reversão desse quadro, com a binacional registrando a menor produção de energia desde a época do apagão de 2001, quando a baixa do nível da água fez ressurgir do fundo do lago a antiga Vila Alvorada, em Santa Terezinha de Itaipu. A queda se deve à estiagem, que diminuiu o nível de água nos reservatórios, segundo gerente de Programação de Sistema, Rafael Favoreto. "Desde que o Lago de Itaipu foi formado a gente não tem uma sequência de 90 dias tão ruim quanto nesses últimos dias", explica.
Os mexilhões aquáticos grudados em pedras comprovam que o nível do lago de Itaipu já esteve bem mais alto. São os efeitos de meses com quase nenhuma chuva significativa na região da bacia do Rio Paraná.
Ontem (20), em Guaíra, o volume de água era de 9.831 metros cúbicos por segundo, bem abaixo da média de 11 mil metros cúbicos por segundo.
Apesar da baixa em água e produção, os bons resultados do começo do ano devem segurar a média anual de produção de energia. "A gente teve os três melhores meses de produção e os três melhores meses, agora, desse índice de energia por produção. Então, estamos fazendo melhor essa parte de produção", explica Favoreto.
A produção acumulada de Itaipu em 2018, até a tarde de ontem, foi de 61.369.041 megawatts-hora (MWh) - 2,1% acima do produzido no mesmo período do ano passado. (Foto: Arquivo)