E tome greve na educação!
A se considerar que o ditado popular segundo o qual "promessa é dívida" será cumprido ao pé da letra, o que é praticamente certo, na próxima segunda-feira (3) de nada adiantará os alunos da rede estadual de ensino irem à escola, pois professores e demais servidores estarão de braços cruzados. Mais uma vez, claro, pois, salvo engano, não há categoria no mundo que use mais esse tipo de expediente para defender seus interesses - por vezes lícitos, por vezes nem tanto.
E desta feita o principal motivo nem é a questão salarial, a bandeira de sempre, mas sim o projeto do Governo do Estado que privatiza a gestão administriva (não a pedagógica) dos 200 colégios da rede com pior desempenho.
"Nós precisamos do engajamento nessa frente de luta de todos os professores e funcionários, independente do contrato. Nós precisamos do engajamento nessa luta de pais e mães e de toda a comunidade paranaense, pois é o direito de acesso a uma escola pública de qualidade que está sendo negado", justifica a presidente da APP, Walkiria Olegário Mazet
A dirigente sindical alega, ainda, que a proposta "representa a privatização e o fim da escola pública", e não esconde sua preocupação com a ameaça que o novo modelo, já testado e aprovado em duas unidades escolares, representa para a estabilidade dos futuros professores PSS, já que serão contratados via CLT.
Se a proposta do governo realmente é uma solução para o baixo nível educacional, só o tempo dirá. Mas é preciso considerar que ela está sendo apresentada justamente para buscar a aludida "escola pública de qualidade", que no caso dos colégios selecionados tem fracassado conforme os índices usados para medir a qualidade do ensino. E mais: que a estabilidade está longe, muito longe, de ser sinônimo de qualidade em se tratando de serviço público no Brasil. (Foto: Arquivo APP Sindicato)