Reconhecer o próprio padrão de vida ajuda a ajustar o orçamento
A principal causa do endividamento é gastar além daquilo que se ganha. A perda de emprego, um problema de saúde, uma viagem inesperada ou outro tipo de emergência que demanda custos pode acarretar um gasto que não estava no planejamento e isso levar ao desequilíbrio financeiro.
No entanto, há casos em que a situação é uma constante e independe de acontecimentos extraordinários. Isso ocorre quando a pessoa ou família adota um padrão de vida não condizente com a renda.
Conhecer o próprio padrão de vida ajuda a rever os gastos e manter o dinheiro até o final do mês. Com isso, é possível investir no tesouro direto e outros produtos financeiros a fim de criar uma reserva de emergência que garanta tranquilidade até mesmo quando os imprevistos surgirem.
Como reconhecer o meu padrão de vida?
Padrão de vida é um conceito que se refere à quantidade e qualidade de serviços financeiramente disponíveis a um indivíduo. Na prática, pode ser compreendido como tudo aquilo que uma pessoa consegue bancar, sem se endividar.
Padrão de vida não é sinônimo de qualidade de vida. O primeiro leva em consideração apenas o aspecto financeiro, enquanto o segundo é mais abrangente e se refere aos fatores emocionais, psicossociais, profissionais e à saúde física.
Apesar disso, o padrão de vida afeta consideravelmente o bem-estar, o que abrange a saúde mental e a emocional. Pesquisa realizada pela fintech Onze, em parceria com a seguradora Icatu, ouviu 8.573 trabalhadores e identificou que os principais problemas causados pela falta de saúde financeira são a ansiedade (53%) e a insônia (41%), mas depressão e empecilhos no relacionamento também podem surgir.
SINAIS DE ALERTA
O primeiro passo para saber se o padrão de vida está inadequado é observar se o cartão de crédito tem sido usado para despesas básicas. Se ele é um recurso constante para comprar os produtos que faltam em casa, então é provável que a família tenha vivido um padrão não condizente com sua realidade financeira.
Outra dica é somar o valor da receita. Se a quantia for menor do que as dívidas, então o indivíduo ou a família está vivendo acima do seu próprio padrão. Alguns sinais também podem indicar o problema como: o salário não dura o mês inteiro, sendo necessário recorrer ao crédito ou empréstimos; há dificuldade em criar uma reserva de emergência ou poupar recursos para investir; não conseguir pagar o valor total da fatura do cartão; qualquer gasto extra é capaz de causar um prejuízo considerável às finanças.
COMO EQUILIBRAR AS FINANÇAS
Estar endividado não é o fim do mundo. É possível adaptar os gastos para melhorar a saúde financeira, mesmo quando o momento não é propício para aumentar a renda. Para isso, é melhor manter um padrão de vida um pouco abaixo do real, o que possibilita acumular patrimônio financeiro.
Outra recomendação é anotar todas as despesas para saber quais são os gastos comuns da rotina, desde as contas de água e luz até o delivery do fim de semana. Com todos os gastos anotados, é possível avaliar o que está levando o dinheiro embora com mais facilidade. Em seguida, é possível analisar o que pode ser cortado para começar a economizar.
Para fazer o dinheiro economizado render, é aconselhável começar a investir. Nesse sentido, é importante iniciar os estudos sobre educação financeira para fazer as melhores escolhas.
Por fim, é preciso criar o hábito de separar uma quantia mensal para criar ou incrementar a reserva de emergência, fundamental para evitar que imprevistos não comprometam a renda. (Foto: AGBR)